Estrela Dourada
Das últimas cinco partidas que o Coritiba disputou, todas elas contras times das Séries C e D do Brasileirão, perdeu quatro: Londrina, Operário (duas vezes, em uma disputa de final de campeonato, tendo levado CINCO gols e não tendo feito nenhum), e Fortaleza.
Em comum, em todas essas derrotas, tivemos um time completamente desorganizado em campo, que alternava entre “esquemas táticos” com três volantes ou três zagueiros, e nas quais qualquer modificação tentada pelo nosso treinador apenas piorava o cenário, que de desorganizado passava a caótico.
O fato é que chegamos às vésperas do início do Brasileirão sem ter um time titular, sem ter um esquema definido, com um “time” completamente desentrosado, como ficou evidenciado na derrota de ontem, para o Fortaleza. Ou seja, Marquinhos Santos pegou os quatro meses que teve para treinar e tentar entrosar os refugos que deram a ele, e enfiou em algum lugar, desperdiçou, jogou fora.
Ontem, contra o Fortaleza, Raphael Lucas deu uma entrevista, no intervalo do jogo, em que mostrava gana de vencer, dizendo que o time iria voltar para o segundo tempo para tentar fazer mais dois gols e matar logo o jogo de volta. Não sei o que o nosso treinador falou para os jogadores no vestiário, mas o time voltou ao campo fazendo cera, levando meia hora para cobrar um lateral, trocando passes sem objetividade alguma. Aí, quando o centroavante do time se machucou e teve que ser substituído, o nosso corajoso técnico colocou em campo mais um volante, mostrando estar satisfeito com a derrota por um placar magro, provavelmente feliz com a oportunidade de poder usar o discurso de apelar pra torcida, de que no Couto Pereira somos mais fortes (o Operário que o diga), de que dá pra reverter, e blá, blá, blá....
Aí vem a dúvida: por que só agora, às vésperas de mais um vexame iminente no Brasileirão, Marquinhos Santos vem dizer que o time precisa de reforços, não de meras contratações; só agora, em uma atitude oportunista e até meio covarde, que passa uma tentativa de apenas se eximir de ter qualquer culpa, vem criticar Negueba, o peladeiro que ele mesmo elogiava continuamente; só agora ele admite a necessidade real de ter um meio campista que saiba armar o jogo, depois de passar o regional todo tentando reinventar a roda com um time cheio de volantes??
Ao invés de se prestar ao patético papel de disciplinador de quem ele outrora incentivava as gracinhas (chapéus e firulas inúteis), ao invés de ficar choramingando a saída de Robinho (que, por sinal, mais uma vez desapareceu e pipocou na hora em que seu time ia decidir alguma coisa), ao invés de inventar substituições malucas que apenas bagunçam mais o time, ao invés de ficar se borrando de medo de times da Série Z, Marquinhos Santos deveria rever os conceitos que o levaram, até este momento, a lugar nenhum. Aprender com os erros, é assim que se evolui. Mas isso parece ser impossível no Coritiba, e com o Coritiba.
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