Estrela Dourada
O Coritiba que jogou contra Belgrano (na Argentina) e Atlético Nacional é o mesmo Coritiba que jogou contra Internacional, Figueirense e Atlético Paranaense?
Pergunto isso porque fica difícil aceitar desempenhos tão distintos da equipe nas duas competições. Na Sul-Americana, um time brioso, brigador, que corre e luta muito, mesmo em desvantagem no placar, mesmo contra um time muito mais forte, como o Atlético Nacional; já no Brasileirão, mormente nesses últimos três jogos, um time sem alma, preguiçoso, que aceita passivamente um mau resultado, mesmo diante de um time fraco como o Figueirense, ou de uma enganação, como o time da baixada.
Vencer uma Copa Sul-Americana daria prestígio e colocaria mais grana no bolso dos jogadores. Mas escapar do rebaixamento no Brasileirão valeria o que pra esses mesmos jogadores? E para os que já estão negociados com outros clubes (caso de Raphael Veiga), ou para os que têm o seu contrato terminando ao final do ano e nem sabem se permanecerão ou não no Coritiba?
Para mim, é nítida a diferença de empenho do time nos dois torneios, a exceção do primeiro jogo contra o Belgrano, no Couto Pereira. Posto que Carpegiani continua com suas improvisações, a explicação mais plausível é que está havendo, pra usar um termo leve, um “descuido” dos jogadores em relação ao Brasileirão.
Sim, foi muito legal calar um estádio cheio de argentinos, é muito legal enfrentar o campeão da Libertadores, e seria muito legal avançar ainda mais nesse torneio continental. Mas, ao menos em minha opinião, não há nada que compense ser rebaixado mais uma vez no Brasileirão. Portanto, é hora de parar com esse “auê” todo, e lembrar que domingo enfrentamos o Fluminense, em casa, jogo este que poderá nos devolver ao Inferno ou nos afastar dele, posto que teremos Botafogo (fora) e Galo (em casa) na sequência do campeonato.
FOCO, portanto, é a palavra que deve determinar o comportamento dos jogadores, daqui até o final do ano. Mas FOCO NO CORITIBA e em vencer as partidas do Brasileirão também (ou principalmente...). Espero que haja sabedoria daqueles que comandam o time dentro de campo para orientar os deslumbrados que já se veem em outro clube, bem como aqueles que não se importam em deixar a conta de mais um possível rebaixamento para a torcida Coxa Branca pagar.
De minha parte, torço apenas para que os jogadores tenham consciência de que a garra deve ser inerente à camisa alviverde, e não ao tipo de campeonato disputado ou aos objetivos pessoais de cada jogador. Nós, torcedores, estaremos com o Coritiba este ano, em 2017 e o resto de nossas vidas. Respeitem-nos, e serão lembrados com respeito pela torcida Coxa Branca. Joguem contra o Fluminense (e contra Botafogo, Galo, Santa Cruz, Flamengo, Vitória e Ponte Preta) como se todos os jogos valessem um título internacional, ou mesmo uma ida a um “clube grande” (que é o que devem pensar os piás que, à primeira oportunidade, se vão, abrindo mão de construir uma história mínima no clube que os formou).
Que nossos jogadores se façam merecedores de aplausos como os de ontem em TODOS os jogos em que estiverem vestindo a camisa do Coritiba!
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