Estrela Dourada
Confesso que tenho medo de sentir esperanças em quaisquer coisas relacionadas ao Coritiba, pois, desde 1989, todas elas têm acabado em grandes frustrações.
Porém, não sei se por conta da forma sofrida como 2015 tem se mostrado para nós, ontem percebi uma centelha de otimismo querendo dar as caras, para quebrar um pouco a triste rotina de desilusões que temos tido com o Coxa.
Não sei se foi apenas pelo fato de termos conseguido empatar uma partida depois de cinco derrotas consecutivas, o fato é que, finalmente, não senti aquela dor na alma, ou aquela falta de perspectivas de melhora, que têm se seguido aos jogos do Coritiba este ano.
Ainda que a vitória no AtleTiba tenha nos escapado, mais uma vez, por erros absurdos dos nossos jogadores (João Paulo, mais especificamente), me pareceu ter visto um time mais organizado em campo, com os jogadores mais aplicados e empenhados. Achei que Esquerdinha deu uma nova dinâmica ao nosso meio de campo, que Cáceres estava muito bem na marcação, que Wellington Paulista se mexia bem no nosso ataque, e que Marcos Aurélio elevou bastante o nível técnico da nossa equipe. Tenho comigo que, não fosse o recuo da equipe e a mudança para uma postura mais defensiva, desde o início do segundo tempo, teríamos certamente conquistado uma vitória. No fundo, fiquei mais com a sensação de ter perdido dois pontos, do que de ter ganhado um. Mas, pra quem não ganhava nenhum há muito tempo...
Uma pena, também, que tenhamos perdido quase meio time para a próxima partida (aliás, cabe um parêntesis para a irresponsabilidade de Wellington Paulista e de Norberto, que a exemplo do que já tinha feito Thiago Galhardo no jogo contra o Flamengo, conseguiram levar cartões que os eliminam do jogo seguinte, quando o lance que resultou nos cartões ou já estava parado pela arbitragem, ou iria resultar em bola a nosso favor – atitudes dignas de punição com multas, diga-se de passagem, pela burrice pessoal e pela falta de comprometimento com o clube). Ainda assim, caso Ney Franco não tenha uma recaída e escale novamente três volantes em uma partida no Couto Pereira, só a melhor organização tática da equipe, aliada ao bom jogo de Marcos Aurélio e Esquerdinha, e à “estrela” de Ruy (que, em minha opinião, estava muito mal na partida, até fazer o nosso segundo gol), nos dão a perspectiva de um time que não comece a partida já derrotado.
Enfim, acho que vou arriscar, e vou me permitir acreditar que as coisas podem melhorar para o Coritiba. Espero que, desta feita, o desenlace seja diferente das outras vezes em que ousei ter esperanças. No fundo, talvez, essa seja mesmo a única saída, já que desistir do Coritiba não é uma opção possível.
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