Estrela Dourada
Chegamos à metade da temporada e o Coritiba segue alcançando seus objetivos.
Foi tri campeão paranaense, está na semifinal da Copa do Brasil, e encontra-se no meio da tabela do Brasileirão, depois de cinco rodadas disputadas. Se parasse por aí, muitos se dariam por satisfeitos. Mas, em minha opinião, é chegada a hora de buscar aquele algo a mais.
Sem desmerecer nada do que foi alcançado até agora, o fato é que, em 2012, ainda não ganhamos de nenhum time grande. No Campeonato Paranaense, somos o único time na elite do país. Na Copa do Brasil, perdemos a primeira partida para o São Paulo, ainda que jogando bem. No Brasileirão, fomos derrotados por Inter, Botafogo e Flamengo, e vencemos, bem, Lusa e Atlético-GO, dois times sérios candidatos ao rebaixamento.
Mas eis que, na próxima quarta feira, no jogo de volta da semifinal da CB, contra o São Paulo, o Coritiba tem nas mãos a chance de ver renascer a sua fama de “time de chegada”. Simplificando, teremos duas opções: derrotados, fechar nossa participação de maneira honrosa, lutando até o último minuto, o que nos permitiria usar o velho discurso de que foi uma bela campanha, dada a nossa pequenez frente aos grandes do Brasil ou, quem sabe, vitoriosos, não precisando se valer de discurso algum, pois a “conquista” falaria por si só.
Muito se tem discutido sobre como o Coritiba evoluiu nesses dois últimos anos, saindo do Inferno para bater às portas do Céu, fruto e mérito do bom trabalho diretivo implantado no clube a partir de 2010. Isso é uma constatação, um fato, não há o que contrapor a essa situação, para a qual cabem todos os elogios. Tudo o mais, porém, é subjetivo. Para muitos, a superação do clube fala por si só, e deve ser olhada como um fim; para outros, entretanto, o que aconteceu nesse par de anos é “apenas” um meio para se chegar à redenção definitiva, a ser coroada com a entrada definitiva no rol dos detentores dos maiores títulos do país.
Iniciamos esta semana de uma forma já conhecida: valendo-nos dos discursos de que é preciso superação, de que a garra pode ser o fator decisivo para, mais uma vez, reverter uma situação que nos é desfavorável no momento. Passemos, pois, do discurso à prática. A apresentação do Coritiba em São Paulo, na quinta feira passada, ao menos até os trinta minutos do segundo tempo, nos credencia a uma vitória na próxima quarta feira. Não apenas na quarta feira, mas nas partidas seguintes, quando da decisão do campeonato, se lá chegarmos.
Todos, jogadores, torcida, treinador e diretoria, já sabem o que é preciso. Não somos iniciantes nessa história de decisão. Não somos uma zebra desacostumada a ganhar títulos. Não nascemos ontem. Temos casa, história e tradição. Em nada somos inferiores a ninguém, quando acreditamos que o que ainda não temos, nós iremos buscar.
A hora de teorizar e de discursar já acabou. Chegou a hora de conquistar !
Tenho comigo que o que nos faltou na primeira partida contra o São Paulo nós já temos para a segunda partida, bastando apenas usar. Penso eu que tivéssemos em campo, naquela partida, um centroavante de ofício, talvez o resultado tivesse sido outro. O time se defendeu bem, armou boas jogadas, manteve o domínio da posse de bola, domínio esse que só se caracterizou como estéril por ter nos faltado alguém que conhecesse o caminho do gol, alguém que já tenha sido artilheiro em outras feitas, alguém que dê valor à camisa alviverde por ter se formado no clube, alguém que venha se empenhando muito nos treinamentos a fim de pontuar sua história com uma grande conquista.
Desde que retornou ao Coritiba, Marcel tem sido muito criticado. Coloco-me entre os muitos que já o chamaram de ex-jogador. Critiquei sua contratação, reclamei quando ele foi escalado, pedi a sua saída do clube. Mas lembrei-me que o que eu vi Marcel fazer em 2003 não foi pouco. Muito pelo contrário.
Ninguém desaprende a jogar bola. Marcel foi formado no Coritiba. Pois eis que os caminhos imprevisíveis do futebol trazem a ambos, Marcel e Coritiba, nova chance de reescrever a história. Se Marcel for pro jogo, que possa dizer, com gols: eu voltei, Coritiba!
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