Estrela Dourada
Esperei até que fosse alcançado o REAL objetivo do Coritiba em 2011, que era permanecer na primeira divisão, para poder escrever com todas as letras o que eu penso desde o minuto seguinte ao final da decisão da Copa do Brasil: fora, Marcelo Oliveira!
Cabe, porém, abrir um parêntesis para agradecer a dedicação, a honradez e o afinco do nosso treinador no seu dia-a-dia no trabalho. Agradeço, sim, pelo título regional e pela sequência de vitórias que nos valeu uma bela frase para ser usada em enfeites (nada além disso).
Entretanto, quero poder olhar para 2012 e ter esperança de que não precisarei mais ver invenções absurdas do nosso treinador em jogos decisivos, nem substituições inócuas, nem discursos de exaltação eterna a todos os adversários (Marcelo Oliveira conseguiu a proeza de se referir ao América Mineiro, o pior time deste campeonato, lanterna do início ao fim, como um “adversário de qualidade”), muito menos um conformismo com uma campanha ridícula como visitante (que, por ser “consistente” em termos de maus resultados, não pode ser simplesmente atribuída à falta de sorte).
Marcelo Oliveira pode ser uma ótima pessoa. Correta, compromissada, honesta, amiga dos jogadores. Mas é como treinador de futebol que deve ser avaliado e, como treinador de futebol, é um iniciante aos 56 anos de idade, fazendo estágio no Coritiba. Um iniciante que, na primeira chance de conquistar algo grandioso, cometeu um erro fatal, por excesso de cautela. Um iniciante que parece desconhecer a história do Coritiba, ao não se cansar de exaltar o poder e a grandeza dos adversários. Um iniciante incapaz de reconhecer seus erros, a ponto de sempre creditar à falta de sorte o que, na realidade, nada mais era do que uma incapacidade de manter a mesma postura do time dentro e fora de casa.
Se parte do sucesso obtido neste ano pode ser creditado à manutenção do elenco de 2010, o que nos deu uma base sólida para um bom primeiro semestre, e se em 2012 teremos também uma boa base de jogadores, que não se cometa, novamente, o erro de apostar em um comandante inexperiente que não só falha na hora H, mas que é incapaz de reconhecer seus erros.
Talvez fosse certo eu não ter escrito nada disso. Mas essa é a minha opinião, apenas isso, e eu não tenho porque escondê-la, pois passa longe de mim a soberba de querer ser o dono da verdade. Reconheço os avanços conquistados, mas tenho comigo que poderíamos ter ido muito mais longe. De minha parte, chega de me contentar com pouco. Ou passamos a querer algo maior, quando temos condições para tal (como tivemos este ano), ou assumimos nosso papel de eternos coadjuvantes, como um time muito grande pra a segunda divisão, mas muito pequeno para a elite.
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