Estrela Dourada
Imagine você assistindo a um filme de terror, daqueles bem realistas, angustiantes e que te prendem a atenção, mesmo que você esteja sofrendo com o que está vendo. Aí, quando o filme se aproxima do fim, quando você acha que saberá o final da história e poderá, enfim, livrar-se daquela tortura, o filme subitamente é interrompido e, então, recomeça do início. E você, ainda assim, não consegue parar de assistir, mesmo sabendo que passará por todo o sofrimento novamente, pois tem esperanças que o final traga algo que compense todo o desespero vivido.
Pois esse filme chama-se Coritiba Foot Ball Club.
Entra ano, sai ano, é sempre a mesma coisa. Contrata refugos, contrata treinador, manda embora alguns refugos, demite o treinador, contrata outro treinador e mais alguns refugos, demite o treinador e traz de volta aquele que havia sido demitido no ano anterior, e assim vai. Isso tudo entremeado por falas estúpidas dos dirigentes, que hora dizem que vamos brigar por título e/ou Libertadores, hora detonam os jogadores que eles mesmo haviam trazido e elogiado antes. Sem falar na ausência do presidente do clube, que some sempre que o calo aperta.
Eis que Pachequinho, aquele treinador que nunca deveria ter voltado, foi mandado embora, de novo. E eis também que Galdezani, que motivou campanhas do clube para sua contratação, agora já não “rende mais”. E eis que descobrem que Edinho não pode errar passes, que Henrique Almeida não pode perder pênalti, que Anderson não pode se machucar. E aí caem na real (será mesmo ?) que não poderemos lutar por nada que não seja escapar de mais um rebaixamento.
O bom é que já sabemos pelo que esperar. Deve estar voltando aí algum treinador que já tenha fracassado antes, no Coritiba. Falam em Marcelo Oliveira, responsável direto por desperdiçar um título certo, que poderia ter mudado o rumo de nossa história, e que só ganhou alguma coisa quando teve nas mãos elencos estelares. Mas falam nele sabendo que vão agradar a boa parte da nossa torcida, já acostumada à mediocridade e para quem a história também não ensina nada. Ou, quem sabe, inventem outro estagiário, que será demitido em breve para ganhar mais experiência e voltar depois.
Mas quem serviria para treinar o Coritiba? A meu ver, alguém que ainda não tenha passado pelo clube, alguém que já tenha uns bons anos de experiência, alguém que tenha o mínimo de capacidade e, principalmente, alguém que consiga, de alguma forma, extrair o máximo que os refugos que temos podem oferecer. Quem seria esse? Não sei. Se não existir alguém assim, também não importa. É só recomeçar o filme do início, antes do seu final...
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)