Estrela Dourada
Inegável o fato de que o Coritiba melhorou um bocado nos últimos jogos. Os resultados alcançados falam por si só, a despeito de que piorar ainda mais seria praticamente impossível. Bastou trazer um técnico que não tenha em sua história apenas fracassos, como Gilson Kleina, ou que não esteja na sua primeira experiência como treinador, caso de Pachequinho, que a coisa deixou de ser assombrosa.
Porém, entre essa melhora e a conquista da tranquilidade definitiva (leia-se fuga do rebaixamento) existe uma distância enorme, distância essa que pode ser aumentada ainda mais por conta das besteiras que já se começam a ouvir lá pelas bandas do alto da Glória.
Pois não é que o nosso presidente já saiu dando entrevista dizendo que o Coxa só estava na ZR por conta do azar (“acho que é questão de sorte”, disse ele ao ser perguntado por que o Coritiba não começou bem o campeonato)?? Admitir o erro de ter trazido Gilson Kleina e, pior ainda, ter mantido Pachequinho, nem pensar, né? Aos que acham que isso não importa, digo que penso ser essa uma das razões principais que nos impedem de voltar a crescer: nunca aprendemos com os nossos erros.
Nesse momento favorável pra nós, de busca de reequilíbrio, discursos do tipo “eu acertei com o Carpegiani, não acatei outras sugestões” são inoportunos, além de perigosos, pois ainda não conquistamos absolutamente nada (e por “conquista” entenda-se apenas fugir do rebaixamento). Ou será que apenas dois pontos acima do Z4 já avalizam desabafos e comemorações?
Transformar confiança em soberba seria fatal. Pés no chão, humildade e muito trabalho (em silêncio, de preferência) são mais adequados ao nosso momento. Goleamos o Grêmio com propriedade, jogando bem, com gols de jogadas trabalhadas e com um time que parece estar começando a ter um padrão técnico minimamente necessário, mas temos pela frente uma partida que pode ser o nosso divisor de águas nesse campeonato. Vencer a Chapecoense, fora de casa, traria os catarinenses para o rebolo, confirmaria a nossa ascensão técnica e nos daria uma tranquilidade maior até para nos dividirmos e fazermos as escolhas certas nos dois campeonatos que disputamos (Copa Sul-Americana e Brasileirão).
A hora, pois, é de trabalhar. Os discursos devem ficar pra depois e, quando vierem, devem ser ditados pelo reconhecimento dos erros, primeiro, antes de servirem como forma de exaltação de pretensos méritos.
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