Estrela Dourada
Ponte Preta, Náutico e Bahia, times contra os quais o Coritiba iria brigar para permanecer na primeira divisão, já estão cinco pontos à nossa frente.
A Portuguesa, que joga contra o Sport na próxima rodada, e por quem nós teremos que torcer (é triste, mas é verdade), está quatro pontos acima do Coxa.
Não me lembro de ter lido, por aí, nenhuma declaração dos presidentes de Ponte, Bahia, Náutico e Lusa de que esses eram times muito grandes para apenas fugir do rebaixamento, como fez o presidente coritibano.
A meu ver, a questão é simples: esses quatro times assumiram a sua pequenez e, cientes das suas possibilidades e das suas realidades, tiveram a humildade para concentrar TODAS as suas forças na fuga da zona da morte do campeonato.
Já no Alto da Glória, a todos os erros já vistos em 2005 e 2009, e que estão sendo repetidos à risca em 2012, somou-se mais um, talvez o mais grave de todos: a soberba. Pois, enquanto nosso presidente discursava sobre não sermos pequenos para “apenas” não cair para a segunda divisão, outros clubes tão pequenos quanto o Coritiba aproveitavam para abrir frente na tabela do campeonato.
O que, então, seria preciso para reverter essa tendência de que seremos rebaixados outra vez?
Simples: encarar a nossa realidade.
Até antes do jogo de ontem, eu tinha plena certeza de que o Coritiba já estava condenado a cair. Achava eu que levaríamos um baile do São Paulo, de Lucas e companhia. Mas o Coxa mostrou alguma coisa. Por mais ridículo que pareça (e seja mesmo), não deixa de ter alguma importância o fato de não termos levado outra virada em casa.
Irônico, mas verdadeiro.
E reside aí, na assunção da nossa mediocridade, a única chance que temos para escapar do rebaixamento este ano. Vencer, em casa, a Ponte, o Náutico, o Bahia e o Figueirense. Não perder, também em casa, para Vasco e Galo. Buscar um milagre e tentar vencer uma partida fora de casa, contra Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Corinthians ou Cruzeiro........
Ah, esqueçam. É tolice se iludir. Não tem mais jeito pra nós.
Não vou tentar modificar o texto, porque desanimei ao escrevê-lo. Nem vou deixar de postá-lo, porque seria covardia.
Nosso cenário, hoje, é a segunda divisão. Porém, se tivermos isso em mente, não como conformismo, mas como autocrítica, talvez possamos lutar ainda, nos onze jogos que nos restam, para evitar o castigo que a soberba dos nossos dirigentes está a nos impor, mais uma vez. Com um choque de realidade, talvez possamos fazer das palavras lutar até o fim, mais do que um réquiem para outra queda, um mantra para a superação.
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