Estrela Dourada
Mais dois jogos fora de casa, contra duas equipes fracas. E o Coritiba conquistou um ponto dos seis que disputou.
Desta feita, após a partida em Florianópolis, Marcelo Oliveira inovou na desculpa por falhar novamente longe de Curitiba: a pressão pela conquista da vaga na Libertadores atrapalhou o time.
Não sei se essa explicação também é válida para os outros pontos que perdemos fora de casa contra equipes fraquíssimas (três para o Atlético-GO, dois para o Avaí, dois para o Bahia, três para o Ceará), mas, de qualquer forma, mais do que mentirosa, essa desculpa é absurda.
Reclamar de pressão por cobranças que derivaram de promessas feitas pelo próprio treinador e pelos dirigentes é de uma covardia comparável à postura do Coritiba quando atua longe de casa.
Ontem, contra o Figueirense, ficou muito clara a cera que o goleiro Vanderlei fez durante o segundo tempo. Duvido que Vanderlei tenha feito isso sem ter sido instruído pelo treinador de que o empate seria um bom resultado.
Sim, Rafinha faz muita falta, sem dúvida. Não apenas por ser um craque, e um dos poucos jogadores que mantém a regularidade dentro e fora de casa, mas, principalmente, por se mostrar um dos jogadores mais guerreiros do elenco. Mas sua ausência não pode servir de desculpa para a incapacidade de vencer equipes do naipe de Ceará e Figueirense; não para uma equipe que almejava chegar entre os quatro primeiros do campeonato.
Resumo da ópera: limitemo-nos à nossa insignificância. Conformemo-nos em continuar sendo o time do quase. Talvez, se de dentro do clube não tivessem saído tantos discursos falando sobre brigar pela Libertadores, eu não estaria me sentindo tão frustrado, pois cobrei e quis ter apenas o que me foi prometido. Só espero que o time ainda encontre alguma motivação para que passemos bem longe da parte de baixo da tabela (o que, na realidade, era o objetivo do Coritiba desde o início do campeonato).
Em tempo: lamento, e muito, a provável renovação com Marcelo Oliveira. Em minha opinião, ela vai contra qualquer meta mais ambiciosa que possa ser traçada para 2012. Seus erros em partidas decisivas, seu excesso de cautela nos jogos fora de casa, sua incapacidade de alterar o time de maneira eficaz, sua inaptidão em sair da mesmice sem tentar reinventar a roda, seus discursos repetitivos de exaltação aos adversários, sua falta de ambição e de energia, nada disso combina com um clube que diz querer voltar a ser grande.
"Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado da mediocridade". .
xxx
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)