Estrela Dourada
Estive na Vila Capanema domingo passado. Mais do que frustrado, saí de lá preocupado.
Vi um Coritiba tendo imensa dificuldade para superar um Vasco ridículo. Erros de passes, Galdezani perdido pela esquerda, Tiago Real bisonho como sempre, Leo conseguindo a proeza de ser pior que Dodô, Marcio e Werley apenas olhando o gordo centroavante adversário subir e cabecear sozinho, Pachequinho inerte no banco de reservas...
Ainda assim, a raça do Kléber nos propiciou uma virada que parecia improvável. Efêmera alegria, porém. Eis que a incompetência defensiva do nosso time, tentativamente camuflada pelo nosso pseudo-treinador como tendo sido consequência da “ansiedade”, nos tirou mais dois importantíssimos pontos no que já se configura como mais uma briga não para permanecer na parte de cima da tabela, e sim para não despencar lá pra baixo, nosso lugar de costume nos últimos anos. Simplesmente imperdoável a sucessão de erros que deu ao Vasco o gol de empate, seja pela incapacidade em reter a bola em nosso poder, seja pela precipitação de Wilson e Galdezani em tocar a bola para fora do campo.
E lá se vão, além de seis jogos sem vitória, nossas esperanças de ter um ano mais tranquilo. Sem Kleber em campo (que deve ter sua suspensão confirmada em breve), sem um armador de qualidade (posto que Anderson, que nem armador de verdade é, parece estar pra sair), com Tiago Real, que virou titular apenas porque deu dois passes pra gol, ainda que não saiba jogar bola, com Alecsandro aposentado fingindo que ainda joga, sem um lateral direto que preste, eis que a realidade bate à nossa parte.
E agora? Terá sido o estágio na Europa suficiente para Pachequinho ter aprendido a lidar com a realidade? Pelo seu discurso pós jogo, parece que não, pois ele não somente não foi capaz de admitir que os gols de Kléber mascararam a péssima partida do seu time, como colocou a culpa pelo empate na conta da ansiedade de um bando de jogadores rodados, que já deveriam ter aprendido a controlar uma situação de vantagem no finalzinho de um jogo.
Meu otimismo foi tão efêmero quanto a virada do Coritiba. Evaporou. Castigo merecido, porém, pois acreditar no Coritiba nos dias de hoje é fazer força para sofrer, é ser cego, muito mais do que incauto.
A solução pra essa situação? Ensinar Leo ou Dodô a jogarem bola, contratar um armador para o time, mandar Alecsandro embora e arranjar um técnico com mais currículo que um estágio na Europa, que saiba arrumar minimamente um time. Como nada disso parece ser possível, o negócio é voltar à tática de secar os outros times, torcendo que apareça alguém que também fique seis (ou mais) jogos sem ganhar de ninguém...
Grama de inverno
Gostaria de saber que outro time do sul do Brasil deixa de mandar jogos em seu estádio, durante o Brasileirão, por conta da troca do gramado no inverno. Porém, pior que essa incompetência diretiva, é a teoria (?) de que não jogamos no Couto para não dar ao Atlético argumento para ceder a eles o nosso estádio. Sem entrar no mérito da questão do porquê de eles não poderem jogar no seu (?) estádio, penso que a histeria da nossa torcida em impedir a cessão do Couto em troca de um bom dinheiro só não é mais prejudicial ao clube do que a idiotice do dirigente que cede à essa pressão ou que assina um contrato que beneficia apenas um lado.
E assim, aos trancos e barrancos, vamos em frente, em direção ao nosso passado recente...
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