Estrela Dourada
Quando a desesperança já havia se adonado dos corações alviverdes e parecíamos estar fadados a começar mais um campeonato sem sonhos de vitória, jogando em um estádio vazio e, o que é pior, conformados com essa vergonha toda, eis que Dirceu Kruger, ao escrever seu último parágrafo de uma história de vida dedicada ao Coritiba, conseguiu unir todos os Coxas Brancas e devolver-lhes, ainda que por um momento, o orgulho roubado por anos de humilhações seguidas.
Mas aí, vem o choque de realidade. Jogando em casa, pra um estádio lotado, erramos passes, perdemos pênalti e jogamos fora dois pontos muito preciosos. Não, não vou brigar com o fato de o futebol ser o mais ilógico dos esportes. Mas vencer ontem era questão de raça, de luta, de brio, não de lógica. 34.000 pessoas não podiam ter saído do Couto Pereira com sua fé no time abalada novamente e, consequentemente, com sua “missão” de espalhar otimismo interrompida.
O futebol não costuma perdoar erros. No caso do Coritiba, menos ainda. De nada adianta a um jogador fazer 11 gols em 11 jogos, mas perder um pênalti em um momento decisivo. Isso não pode ser visto como “do jogo”. Tem que ser lamentado, sentido, tem que haver um pedido de desculpas, para que o erro seja realmente didático. Não deixamos de vencer apenas pelo pênalti desperdiçado, claro, mas também pela quantidade absurda de bolas chutadas na lua, de passes errados, de bolas perdidas. E se tudo isso não é aceitável para um time que busca sua redenção, ontem era menos ainda.
11 dias nos separam até a próxima partida. Se dependesse de mim, os jogadores não ganhariam folga alguma. Descansariam hoje e voltariam a trabalhar amanhã. Não dispomos mais de tempo para “descansar”. É preciso dar entrosamento às peças que temos, se é com elas que vamos até o final. Tempo é o que nos falta, não o que nos sobra.
Chamaram a torcida e ela respondeu. Agora chamamos os jogadores e espero que eles não se façam de surdos ou de desentendidos.
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