Estrela Dourada
De acordo com uma notícia da imprensa paulista, depois de desistir da contratação de Diego Souza, o Santos passou a buscar reforços mais “modestos”, como Éverton Ribeiro, do nosso Coritiba.
Final do ano chegando e, como de praxe, passam a pipocar as notícias sobre os interesses dos outros clubes do Brasil nos jogadores do Coxa. Dizem que Emerson e Rafinha não devem permanecer no Alviverde em 2013. Falam do assédio a Willian e, agora, a Éverton Ribeiro.
Nossa diretoria se cala. E, quando se pronuncia brevemente, nega todas as especulações. Assim como negava, ao final de 2011, por exemplo, que Leo Gago sairia, sendo que ele já tinha até a data de apresentação no Grêmio divulgada. E assim como mentia descaradamente ao dizer quem manteria 80 % do elenco para 2012, tirando-nos como idiotas ao determinar a permanência dos reservas e liquidar o time titular.
Não sei qual o esforço financeiro foi feito pelo Coritiba para a contratação de Alex. Mas seria de um contra-senso gigantesco trazer um jogador da sua qualidade, discursar sobre o projeto do clube, e desfazer-se dos principais jogadores que temos no elenco.
Sim, eu sei que todos os clubes de futebol dependem de negociações e da venda de seus atletas para equilibrar os balanços financeiros. Mas a hora de “fazer dinheiro” é agora? Acho eu que não existe grana que compense vender nossos principais jogadores neste momento, quando estamos prestes a contar com o Alex no time. É hora de pensar grande, fazer uma boa campanha em 2013, e aí sim, consolidado o nosso crescimento e confirmada a nossa mudança de patamar, como eu imagino que preveja o tal “projeto”, pensar em negociar alguém.
Sei também que jogadores de futebol são profissionais que, como quaisquer outros, buscam sempre o melhor para suas carreiras. Diante de ofertas de grandes clubes, como Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, e por aí vai, não há como não balançar. Apelos sentimentais de torcedores soam inúteis. Não adianta pedir “fica, Everton Ribeiro”, ou quem quer que seja. Restaria, pois, tentar sensibilizar os jogadores listando alguns argumentos que os pusessem a pensar. SE me coubesse fazer algo nesse sentido, eu diria a eles:
- jogar ao lado de Alex é um privilégio. Craque consagrado, profissional dedicado, Alex não veste a máscara de estrela do time, como fazem Neymar e Ronaldinho Gaúcho, pra citar apenas dois. De Alex, a bola deverá vir redonda, gentil, perfeita, como um presente, e com um bilhete: "pra você, meu companheiro de time, para que você dê bom andamento a essa jogada; eu estarei aqui, do seu lado, ou um pouquinho mais à frente, caso você queira brindar-me com uma retribuição". Ter Alex vestindo uma camisa igual à sua, é, pois, repito, um privilégio;
- a boa campanha sob o comando de Marquinhos Santos, na reta final do Brasileirão 2012, credencia o Coritiba a tentar alçar vôos mais altos em 2013, desde que mantida a base do time;
- a torcida Coxa Branca é um diferencial. Sempre presente nas listas das maiores médias de público do Brasil, é uma garantia de que apoio ao time nunca faltará, e isso do início ao fim de qualquer campeonato, e não apenas nas horas boas, como é caso do campeão brasileiro deste ano, por exemplo, cuja torcida só costuma apoiar em massa nas “horas boas”. E ser considerado ídolo pela torcida Coxa Branca, como eu me arrisco a dizer que já são Emerson, Rafinha, Willian e Éverton Ribeiro, é possuir a garantia de ter seu nome eternizado no futebol.
Por tudo isso, eu não tentarei fazer um apelo do tipo “fiquem, por favor”. Mas ousarei sugerir: pensem bem antes de deixar crescer os olhos por propostas financeiras teoricamente melhores, de clubes do Brasil. Se passa pelas suas cabeças que o Coritiba não é gigante, que vocês tenham a consciência de que vocês podem fazê-lo gigante e, aí sim, com essa conquista nos currículos e garantida a “canonização” por toda uma nação de torcedores, o caminho estará pavimentado para que vocês nunca mais voltem a ser considerados contratações modestas por outros clubes.
Em tempo: “passa a régua” no Brasileirão 2012 amanhã, contra o Vasco, Coritiba!
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