Estrela Dourada
Alguém aqui consegue lembrar qual foi o último jogo em que a torcida Coxa Branca se encheu de expectativas boas, acreditou no time em um jogo decisivo, lotou o estádio e saiu do Couto Pereira feliz?
Pois eis que quando o time vem em uma boa sequência no Campeonato Brasileiro, começa a recuperar a confiança do seu torcedor, se afasta um pouquinho da tal zona de rebaixamento, aparece uma Copa Sul-Americana no meio do caminho pra ameaçar estragar tudo e nos fazer voltar a sentir medo.
Particularmente, considero um erro crasso essa estratégia de tentar jogar esse torneio continental com o nosso “time” titular. Nesse momento em que o Brasileirão afunila e exige o máximo dos times, seja dos que disputam lá em cima na tabela, seja dos que, como nós, brigam pra não cair, o foco deveria ser exclusivamente centrar forças nessa "missão" humilhante de tentar não ser um dos quatro piores times do campeonato.
Tenho comigo que a Sul-Americana é duplamente perigosa: primeiro, nos tira jogadores fundamentais, como o Kléber, numa hora em que precisamos de todas as nossas forças; depois, quebra uma sequência positiva, abala o ânimo do time e da torcida, e reabre feridas que custam a cicatrizar, como a sequência de fracassos em jogos decisivos em um Alto da Glória lotado.
Sim, eu entendo o apelo emocional que um campeonato desses traz, bem como o lado financeiro da coisa, dada a farta premiação em dinheiro a cada fase que o clube avança. Mas o apelo sentimental pode acabar descambando para a frustração, uma das sensações mais cruéis e dolorosas que existem, e o lado financeiro pode ser anulado com uma eventual queda no Brasileirão, o que, por sinal, acentuaria ainda mais o “prejuízo” sentimental.
Mas enfim, agora Inês é morta. Torço apenas para que nosso treinador, que vem acertando mais do que errando, consiga evitar que o clima de derrota contagie nosso grupo de jogadores. Que Carpegiani use sua experiência para aproveitar o fato de que no jogo contra o Palmeiras, sábado que vem, não temos muita pressão sobre nós, posto que jogaremos contra o líder do campeonato, em sua casa, e consiga colocar em campo um time “leve”, não na acepção da palavra, mas sem o peso imposto por mais esse fiasco em casa.
Quanto ao jogo de volta na Argentina, contra o Belgrano, 29º colocado do campeonato local (entre trinta times) e que acaba de conquistar a sua primeira vitória oficial em um torneio continental, em cima de um time (o nosso) que nunca conseguiu isso, espero que o Coritiba mande pra lá qualquer time sub alguma coisa, mas não os seus titulares, pois já na sequência do Brasileirão teremos dois jogos (América MG, em casa, e Inter, fora) que podem decidir onde estaremos em 2017. Sul-Americana? Libertadores? Deixa no mundo dos sonhos, pois nossa realidade é outra. Infelizmente.
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