Estrela Dourada
Estou entre aqueles muitos torcedores cujo ceticismo e desilusão não apenas não permitiram acreditar em uma vitória ontem, contra o tal Belgrano, como também defenderam que o Coritiba deveria esquecer a Sul-Americana e focar no Brasileirão.
Pois bem, eis que o nosso time foi lá e, finalmente, nos deu um pouco do que há muito não experimentávamos: motivos pra sorrir, pra festejar, pra acreditar em dias melhores, pra sentir orgulho, enfim.
Sou obrigado a fazer uma pequena ressalva sobre a ruindade do time argentino, que nos fez passar vexame em casa mais pelos nossos defeitos do que por méritos próprios; isto posto, porém, há de se louvar uma virada conquistada com muita luta e muita garra, em um estádio lotado por mais de 50 mil torcedores fanáticos, sob a luz da descrença da maior parte da torcida Coxa Branca, e que nos levou a um novo patamar, o de poder enfrentar o atual campeão da Libertadores da América.
Eis que chegou ao fim, então, e de maneira emocionante, aquela humilhante história de nunca ter vencido uma partida oficial fora de casa em um torneio continental. Página virada, é hora de rever conceitos e dizer que é preciso, sim, a partir de agora, encontrar um jeito de manter o equilíbrio para disputarmos as duas competições (Brasileirão e Sula) com igual empenho e dedicação.
Os jogos contra Atlético Nacional, da Colômbia, dias 19 e 26 de outubro (a confirmar), ocorrerão exatamente no meio de duas semanas e meia em que, pelo Brasileirão, enfrentaremos Figueirense (dia 12, em casa), poodles (dia 16, sabe-se lá onde), Fluminense (dia 23, em casa) e Botafogo (dia 30, fora). Esses quatro jogos devem ser os que irão definir onde estaremos em 2017. Não sei bem como, mas já que avançamos tanto na Sul-Americana, revejo minhas posições e passo a rezar para que encontremos uma forma responsável de sonhar em avançar a uma semifinal de um torneio continental e, ao mesmo, tempo, manter a recuperação no Campeonato Brasileiro.
Ainda que não tenhamos conquistado nada de concreto e de termos que continuar preocupados e atentos com a nossa situação na Série A, hoje é dia de aproveitar o momento, de curtir essa sensação de vitória, de louvar e exaltar um time que teve brios para lutar e apagar o vexame da semana passada, quando frustrou e judiou de uma torcida já tão machucada pela história recente.
Palmas para o Coritiba, que diante de um estádio lotado, saiu atrás no placar, virou o jogo, saiu atrás na decisão por pênaltis e virou mais essa. Palmas para Wilson, para o capitão Nery Bareiro (que, em minha opinião, que quase nada vale, incorporou um espírito guerreiro que estava fazendo falta no Coritiba e foi o melhor em campo), palmas para a ousadia de Carpegiani (que mudou a maneira do time jogar e nos deu a esperança de conseguirmos recuperar o tempo perdido com Gilson Kleina e Pachequinho) e, principalmente, palmas para a torcida alviverde que foi à Córdoba. A lamentar, apenas o fato do presidente Bacelar ter feito questão de dar entrevista ontem, depois de sempre ter se omitido e se escondido dos microfones e das câmeras nas derrotas vexatórias que vínhamos sofrendo. Triste oportunismo barato.
O Coritiba escreveu o prefácio de um belo livro ontem. Que continue com esse espírito vencedor no Brasileirão já contra o América MG (jogo chave pra nós, igualmente decisivo) e que possa se superar diante do atual Campeão da Libertadores da América para, aí sim, fazer história e calar os críticos que, como eu, pensam que o Coritiba grande não existe mais.
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