Estrela Dourada
Finalmente, depois de um longo e tenebroso inverno, foi possível observar alguma evolução no Coritiba: Marcelo Oliveira já descobriu que “o jogo tem noventa minutos, tem dois tempos”, conforme ele mesmo disse, na entrevista coletiva após o jogo contra o Vasco.
Já é alguma coisa, né? E como apenas 30 rodadas já se foram e ainda faltam oito jogos pro final do campeonato, ter tirado um atacante pra colocar um volante e garantir um pontinho contra um time cambaleante no gramado foi a decisão correta. Afinal, quem tem a matemática ao seu lado não precisa correr risco algum.
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Espero que estejam certos os que ainda têm esperanças. Eu não vejo mais possibilidade alguma de nos salvarmos, que não seja a cruel matemática. Ou um milagre. Contra o Cruzeiro, não demos um único chute a gol; contamos com a sorte, que tantas vezes nos abandonara. Contra o Vasco, um chute, um gol e o conformismo de achar o empate um bom resultado, como que desconhecendo nossa situação na tabela. Em comum em ambos os jogos: o mesmo time completamente desorganizado em campo, errando passes, não chutando a gol, não criando jogadas ofensivas, sempre na dependência dos milagres de Wilson. Contra isso, nem a matemática pode lutar.
No final das contas, se (ou quando) realmente concretizado, esse rebaixamento não será de todo ruim para o Coritiba. Não vou nem enveredar pelo lado de que dá pra arrumar a casa, recomeçando do zero, porque já experimentamos isso em 2005 e em 2009 e não apendemos nada. Mas sim pelo fato de que voltaremos a um lugar compatível com a nossa “grandeza” atual. No cenário nacional o Coritiba não passa, hoje, de um time medíocre, que não disputa mais nada de maneira ao menos honrosa, que não joga uma Libertadores desde 2004, cuja torcida festeja vices campeonatos (até nas categorias de base) e cultua fracassados como ídolos, cujos dirigentes vem e vão e só fazem é prometer antes e, às vezes, arranjar desculpas depois, cujos estádio está apodrecendo e que só vive das glórias do passado.
Na primeira divisão não temos feito outra coisa que não seja passar vergonha, exceção feita a um lampejo aqui, outro acolá. Entra ano, sai ano, é humilhação atrás de humilhação. Já na segundona, não. Bem ou mal, estamos sempre ali, disputando a ponta da tabela. Cabe até lembrar que já ganhamos dois títulos lá.
Muitas vezes se disse que a melhor definição para o Coritiba atual é que somos um clube muito pequeno para a primeira divisão, e muito grande para a segunda. Essa frase hoje me soa até meio prepotente, dado o nível de mediocridade que permeia o nosso clube. Resta saber onde estaremos em 2019.
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