Estrela Dourada
- “Alguém anunciou a compra de um jogador do Coritiba, mas não está vendido. Eles anunciaram em Belo Horizonte, mas acho que vão ter um pouco de dificuldades na continuidade”, foi o que disse presidente do Coritiba, no início de janeiro deste ano. Como todo mundo sabe, Everton Ribeiro não só já estava até treinando com o clube mineiro, como já devia ter até arrumado casa para morar por lá...
- “Temos que acertar alguns detalhes da negociação. Já está claro que a proposta é excelente, irrecusável, para ele, Rafinha. Mas o Coritiba só libera se atingir o que o clube quer. Se não acontecer, o jogador vai ficar insatisfeito? Vai, mas paciência”, é o que diz o nosso presidente, em matéria veiculada na data de hoje, sobre a ida de Rafinha para os Emirados Árabes.
Então, cabe a primeira pergunta: alguém tem dúvida que o Rafinha “já era”? E emendo logo a segunda? Por que fazer esse jogo de cena? Por que judiar ainda mais da torcida, alimentando esperanças e frustrações subsequentes?? Mas se, por conta de algum um milagre, Rafinha ficar, já registro antecipadamente meus parabéns à diretoria (sonhar, eterna rotina alviverde, não custa nada)....
O Coxa poderia segurar o Rafinha? Lógico que não! Se os clubes “ricos”, que devem muito, mas não falam a toda hora de suas dívidas, têm que vender seus melhores jogadores, como os clubes “pobres”, que não devem tanto quanto os ricos, mas que não param de chorar a sua miséria, conseguiriam segura-los? Isso sem contar aqueles papos furados de que o clube deve muito ao jogador (como se ele jogasse de graça...), que seu ciclo no clube se encerrou, pé de meia e blá-blá-bla....
Não se pode, pois, questionar a venda de Rafinha. Faz parte da rotina do futebol. Mas o que não pode deixar de perguntar é: quem a diretoria trará para o lugar dele, posto que ainda não voltaram atrás com o discurso sobre buscar algo grande neste campeonato?
Na mesma matéria citada acima, em que o nosso presidente faz o já tradicional jogo de cena, nos tirando por bobos, pode se ver a seguinte estatística sobre os números de Rafinha no Coritiba, nos jogos em casa, onde derrotas custam sempre muito caro, no final do campeonato:
“...em jogos no Couto Pereira, foram 89 partidas e um aproveitamento de 85,7% com o avante. Sem o jogador o Alviverde foi bem menos eficiente, conquistando 69,8% dos pontos disputados em 21 jogos em casa desde 2010.” (Fonte: Gazeta do Povo).
Contra fatos E números não há argumentos: Rafinha faz a diferença, sim. E penso que não temos, entre a sobra de atacantes que nos restaram, ninguém que chegue nem perto da sua qualidade. Então, das duas uma: ou trazem alguém com um nível de futebol ao menos parecido, ou admitem que nossa prioridade é pagar as contas e, como sempre, rezar pra não cair.
O Brasileirão recomeça sábado. E me dá medo ver a quantidade de pessoas embevecidas com a nossa liderança ilusória, e caladas por conta dessa bobagem sem tamanho que resolveram chamar de “revolução”, uma invenção tola, nascida do encontro com dirigentes que somem quando a situação fica preta, e que tenta inverter a ordem natural das coisas, cobrando primeiro da torcida e, só depois, dos jogadores.
O que se pede, pois, é coerência. Se o discurso continua a ser o de brigar por vaga na Libertadores, ou até por título (um Viva!! ao Gato de Cheshire...), que não se diga que Geraldo, Anderson Aquino, Everton Costa, Júlio Cesar, Robinho ou mesmo Keirrison (parado há um ano e meio) irão compensar a saída de Rafinha.
A ordem do futebol nos impõe que jogadores venham e vão. Aceitar isso é natural. Mas a mesma ordem do futebol dita que encarar a perda de um grande jogador com resignação apenas, sem que se tente buscar alguém para substituí-lo, é coisa de time pequeno, que nada mais almeja além de tentar não ser rebaixado. Esse é o caso do Coritiba? Em breve saberemos.
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