Estrela Dourada
O erro de Cáceres contra o Inter, que acabou resultando no gol que deu a vitória aos colorados, foi parecido com o erro de Leandro Almeida, contra o Avaí, quando o Coritiba também foi derrotado em casa, lá em maio, na quarta rodada.
Vejo nesses erros mais do que mera coincidência. Mais do que desatenção, tais falhas traduzem a incapacidade dos jogadores de tirar o Coritiba da situação em que se encontra. Se não por desatenção, como explicar tantos erros de passes de, por exemplo, um Lúcio Flávio, que, se não é uma sumidade em termos de técnica, também está longe de ser tão ruim quanto pareceu ser no domingo passado.
Tenho comigo que o Coritiba é reflexo direto da postura do seu treinador, que fica à beira do campo parecendo uma mosca morta, com cara de derrotado, e que cada vez que vai mexer no time consegue se superar em termos de bizarrices. Ney Franco dispensa lateral, improvisa zagueiro na posição, tira zagueiro, coloca um lateral de ofício (pelo menos em tese...), joga o zagueiro para a posição de volante, coloca o volante de zagueiro, tira um meia e coloca um volante, coloca um atacante no lugar de um zagueiro, e por aí vai... Ao ver essas lambanças todas, fico a me perguntar se ele consegue treinar todas essa “variações” durante a semana, antes de implementá-las nas partidas, mas a resposta vem de imediato, porque o time sempre piora, e muito, depois das mexidas. Ney Franco segue, pois, exatamente o mesmo roteiro que nos rebaixou em 2009, quando ele também comandava o time e não conseguia aproveitar as chances que nos eram oferecidas pelos tropeços dos adversários da zona da mediocridade.
Sim, o time conseguiu reagir bem, depois de ter estado na lanterna do campeonato, oito pontos atrás do primeiro fora da “zona”. Porém, pela postura e pelos resultados das últimas duas partidas, parece que atingimos nosso limite, e que a tendência agora é voltar a despencar na tabela. Tanto isso parece ser verdade, que Ney Franco passou a culpar a torcida, exigindo dela, de forma absurda, uma tolerância com os erros que já nos custaram muito caro em outras feitas . Nosso treinador, por certo, quer da torcida a mesma postura passiva que avalizou o seu trabalho em 2009, e que terminou de forma trágica. Ney Franco não deve saber que desde 2012 nossa rotina tem sido desesperar-se a cada jogo, vendo o time prestes a ser rebaixado. Talvez essa postura passiva do nosso “comandante” deva-se ao fato de que ele já se acostumou a ver os times por ele treinados limitarem-se a viver e terminar os campeonatos por ali, no maldito Z4.
A despeito de tudo isso, é possível alimentar esperanças de que consigamos escapar mais uma vez? Dizem que existem times piores do que o nosso, e eu até concordo com esse argumento. Mas há de se levar em consideração que boa parte dos times piores do que o nosso não têm treinadores tão ruins, tão fracos, tão inertes quanto o nosso. Se eu já desisti? Ainda não. Seja por burrice, por orgulho do que já fomos, ou por resignação quanto ao que nos tornamos, do Coritiba eu não vou desistir nunca, aconteça o que acontecer...
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