Estrela Dourada
Faltando apenas mais dois jogos para terminar o Brasileirão, eis que o Coritiba recebe uma chance que, a rigor, não fez por merecer: depender apenas de si para escapar do rebaixamento.
Em um ano em que tudo foi feito de forma errada no Couto Pereira, chegar à penúltima rodada ainda respirando é quase que um milagre. Sabendo das nossas limitações, não nos restava alternativa que não fosse torcer para que existissem quatro times piores do que o nosso. Talvez consigamos ser o quinto ou sexto pior time do campeonato, o que bastará para que sigamos nos enganando de que ano que vem será diferente.
Triste rotina essa nossa. Triste ter que esperar que o ano termine apenas com a sensação de alívio, ao invés do regozijo por alguma conquista. E mais triste ainda é a agonia por ter que aguardar por esse alívio temporário, sabendo que a cura para a nossa doença parece não existir.
Sim, em todos os jogos eu me pego torcendo desesperadamente por uma vitória que nos mantenha na primeira divisão. Mas meu coração alviverde é metade amor, metade mágoa. Amor inexplicável, sem sentido, mas incondicional. E mágoa por ter que conviver com esse sofrimento que parece ser infinito, resultado de uma devoção retribuída apenas pelo descaso, pela repetição dos erros, por não ter outra opção que não seja acostumar-me à mediocridade que tomou conta do Coritiba.
Porém, se for isso o que nos resta, se meus braços novamente puderem se erguer para “comemorar” a permanência na primeira divisão, baixo minha cabeça, resignado, por ter que viver apenas de alegrias efêmeras, meras sombras de um passado glorioso, e sigo torcendo, com todas as minhas forças, para que dos males venha o menor.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)