Estrela Dourada
Com a desculpa de "manter o foco apenas na decisão", eis que a diretoria do Coritiba anunciou que os jogadores do Coritiba só irão conceder entrevistas após o final do jogo contra a Chapecoense.
Não que não seja bom ficar sem ter que ouvir aquele discurso lugar comum sobre "acreditar, só depende da gente, tradição, etc, etc, etc," que já foi usado e não serviu para absolutamente nada contra o São Paulo. Mas se ficar em silêncio fosse a solução, por que não fizeram isso antes, ao invés de ficarem falando em Libertadores, Sul Americana, venda de jogadores, eleição, e o diabo à quatro? Ou mesmo de deixar que jogadores aparecessem sorrindo durante o "churrasco da firma", enquanto a torcida alviverde chorava e era humilhada, graças ao desdém da mesma "firma" como um todo, exatamente com quem é a razão de ela existir??
Pois essa atitude de se calar até o jogo nada mais é do que o retrato do Coritiba de hoje: um treinador, um time (faço uma exceção à Wilson, que sempre honrou e respeitou nossa camisa) e uma diretoria que ficarão marcados na história alviverde pela covardia, pelo desprezo à torcida, pelo silêncio, enfim, que eles mesmos fazem questão de assumir agora, nos estertores de sua história no clube.
Escrevo neste espaço desde 2006. Já pus aqui muitas palavras com a pretensão de motivar, de apoiar, de criar ânimo. Depois de um tempo, me dei conta de que isso é desnecessário para quem exerce a sua profissão com seriedade, dignidade e caráter. Para esses, não são as palavras de outros que os farão se empenhar ao máximo e dar o sangue pela conquista de um objetivo, mas sim a tríade honra, caráter e respeito por quem acredita neles.
Não sei o que dirão os jogadores alviverdes quando o juiz encerrar o jogo na Arena Condá, no próximo domingo. Qualquer que seja o resultado, talvez seja melhor que continuem em silêncio, pois já não importará mais o que terão para dizer. Cabe, isso sim, pensar muito bem, ANTES da partida começar, sobre como esse silêncio será lembrado eternamente por uma torcida grandiosa: se como uma prova de covardia ou como uma despedida marcada pela coragem e honradez.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)