Estrela Dourada
O trauma psicológico é um tipo de dano emocional que ocorre como resultado de um algum acontecimento. Pressupõe uma experiência de dor e sofrimento emocional ou físico. Como experiência dolorosa que é, o trauma acarreta uma exacerbação do medo, o que pode conduzir ao estresse, envolvendo mudanças físicas no cérebro e afetando o comportamento e o pensamento da pessoa, que fará de tudo para evitar reviver o evento que lhe traumatizou. Igualmente, pode acarretar depressão, comportamentos obsessivos compulsivos e outras fobias ou transtornos, como o de pânico (Wikipédia).
A torcida alviverde está traumatizada. Estão muito vivos ainda, em nossa memória, os episódios dos rebaixamentos de 2005 e de 2009. Em 2005, a causa do rebaixamento foi o desmonte do bom time que tínhamos. Já em 2009, nos descuidamos no início do Brasileirão, iludidos por uma semifinal da Copa do Brasil, e só fomos nos dar conta da importância dos pontos que perdemos, quando a barbárie se desenvolvia no gramado do Couto Pereira e a vergonha adonava-se de todos os Coxas Brancas.
Em 2012, desmontamos o bom time que tínhamos ano passado, e estamos novamente iludidos com uma semifinal da Copa do Brasil. Se o final dessa história será diferente do que foi em 2005 e em 2009, vai depender do que será feito de forma diferente do que foi feitos naqueles anos.
Mas como pedir ao torcedor coritibano que não tenha medo? Como implorar por confiança a quem tem o coração machucado, ferido, traído? Se com apenas duas rodadas do Brasileirão já há quem esteja aflito, certamente é por já ter sido cruelmente castigado por haver ignorado antes sinais iguais aos de agora.
Aí, o torcedor idiota agride a família do jogador, o dirigente perde a cabeça e responde na mesma moeda, com igual destempero, o jogador se sente ofendido e joga fora o seu compromisso de honrar a camisa que veste, e ao final de tudo o que sobram são mais lágrimas, desespero, humilhação e tristeza.
As coisas não estão bem no Alto da Glória. Mas ainda há tempo para reencontrar o rumo. A torcida precisa entender que vaias durante a partida não ajudam em nada; nosso treinador precisa admitir que ele também comete erros; nosso time precisa entender que a motivação pra correr em campo não deve vir da arquibancada, mas sim da consciência profissional de cada um; por fim, nossa diretoria precisa entender que, ainda que não tenha sido responsável direta pelos erros do passado, não pode simplesmente ignorá-los, sob pena de repeti-los, bem como aos seus finais trágicos.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)