Estrela Dourada
Se logo após a vitória do Coritiba sobre o Grêmio, em Porto Alegre, Marquinhos Santos elogiou a "alma guerreira" do time, qual a melhor definição para a derrota vergonhosa, em casa, para o Vasco? Time sem alma? Ou time de frouxos?
Pois eis que, passadas pouco mais do que vinte e quatro horas depois do vexame de domingo, quando entregamos o jogo (que valeria a liderança) para um time fraco, com salários atrasados, e com a pior defesa do campeonato, o conformismo volta a imperar. E, à medida que uma derrota como aquela passa a ser encarada como normal, diminuem exponencialmente nossas pretensões nesse campeonato.
Não existe derrota "pedagógica", muito menos derrota "na hora certa". Se ao time, como muitos defendem, não faltou vontade de ganhar, então ficam escancaradas as nossas limitações. E sobram, então, as desculpas.
Desculpas que, queiram ou não, são rotina na nossa existência. SEMPRE que precisamos decidir algo que não fosse regional, repito, fracassamos. 1979 contra o Vasco; 1980 contra o Flamengo; 1998 contra a Portuguesa; 2001 contra o Grêmio, 2002 contra o Figueirense; 2007 contra o Marília; 2009 contra o Internacional; 2009, contra o Fluminense, 2011 contra o Vasco; 2011, contra os poodles já rebaixados; 2012 contra o Palmeiras. E como, para toda regra existe uma exceção, tivemos em 1985 nosso único triunfo (e fora de casa, longe do Couto Pereira, amado palco das nossas tragédias).
Pois em 2013, já fomos eliminados de forma humilhante da Copa do Brasil. Das muitas desculpas que surgiram, a mais ridícula foi que a eliminação foi proposital, visando à uma disputa da Copa Sul Americana. Mas com que elenco disputaremos essa competição, já que estamos em plena "época das contusões", onde os jogadores se machucam em ritmo de progressão geométrica?
Para a derrota de domingo, a desculpa foi a ausência de Robinho. Oras, mas se Alex não fez falta ao time na vitória sobre o Grêmio, então como a suspensão de Robinho pode ter determinado a derrota para o Vasco? Seria Robinho mais importante pro time do que Alex?
O fato é que, na realidade, qualquer explicação soa patética, vira desculpa esfarrapada. O time não demonstrou vontade alguma de vencer, foi frouxo, sem alma, sem coração, desprezou o apoio da torcida (que alguns jogadores fariam questão de criticar, depois da partida, ao invés de irem treinar mais para aprender a matar uma bola e não deixa-la simplesmente passar bisonhamente por debaixo dos pés).
A atuação de domingo não condiz com o discurso de buscar o título, a vaga na Libertadores. Não apenas pela derrota em si, mas pela total ausência de luta. Era um jogo que valia a liderança do campeonato. Um jogo em casa. Um jogo contra uma equipe mais fraca, em tese, que a nossa.
Sim, já é passado. Mas só saberemos se ainda adianta ficar lamentando essa derrota depois do jogo contra a Portuguesa. Um time com jogadores que têm vergonha na cara, não pode ter entendido aquele "tropeço" como normal. Um time formado por jogadores cuja vontade de deixar seu nome escrito na história do clube é real, e não apenas mero discurso vazio, irá com tudo pra cima do adversário, em busca da vitória. SE ela não vier, que não tenha sido por falta de luta.
É hora de mudar a nossa história, que é a de um time que sempre fracassa quando as grandes oportunidades aparecem. Chega de arranjar desculpas para as derrotas, e de encara-las como normais. Basta dessa mediocridade de se contentar com o papel de coadjuvante, e de ficar sempre no "quase". Se, neste ano, chegamos a vislumbrar a oportunidade de conquistar algo grande, é porque as chances para isso existem. Ou tudo não passou de sonho da torcida? A resposta, só os jogadores do Coritiba têm.
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