Estrela Dourada
Se é que existe um lado bom em uma desilusão, é quando ela nos poupa de desilusões ainda maiores.
Pois, sendo realista, que chances teria o Coritiba no maior torneio do continente, com essa mentalidade e essa postura de time pequeno?
Ontem, no clássico na Baixada, o Coxa foi um time de frouxos. Sem garra, sem determinação, sem buscar a vitória um único instante sequer, visivelmente orientado por seu treinador (ou por seus dirigentes) a segurar o jogo (Vanderlei começou a fazer cera aos 4:17 minutos do primeiro tempo...). Como consequência óbvia, foi derrotado por um time medíocre que, aos 20 minutos do primeiro tempo, já tinha confirmado a sua presença na segunda divisão de 2012, depois de ter passado 37 das 38 rodadas na zona de rebaixamento.
O Coritiba perdeu o chamado “Atle-Tiba do Século”. Isso é fato, e ficará marcado para sempre. E também perdeu, pela segunda vez no mesmo ano, a chance de se classificar para a Libertadores. Outro fato. Contra esses FATOS certamente surgirão conjecturas sobre 2011 ter sido um bom ou um mau ano para o Coritiba. Isso, porém, não é o que se discute aqui, agora. Pois a vergonha de ter visto um time covarde, apático, sem alma, não combina, definitivamente, com a idéia de um ano vencedor.
Pior do que a humilhação da derrota para um time de segunda divisão foram as entrevistas dadas no vestiário alviverde por seu técnico e por seu superintendente de futebol. Tudo bem, não se deveria dizer que, deste ano, nada há o que comemorar. Mas pelo menos poderia ter sido ouvida alguma lamentação pela derrota vergonhosa, e alguma sinalização de que se pretende corrigir, em 2012, o que faltou este ano.
Tenho consciência de que o Coritiba está em um processo de reestruturação, assim como não se pode negar que 2011 superou as expectativas da nossa judiada torcida. Mas tenho comigo que, para se tornar um clube grande, além do planejamento, que parece estar sendo feito de forma correta, o Coritiba não pode prescindir da ousadia de sempre querer mais, nem abdicar das oportunidades quando elas se abrem à nossa frente.
Conformismo e ambição são sentimentos antagônicos. Para este, o fim traz uma premiação; para aquele, a vergonha é castigo certo e, mais do que isso, merecido.
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