Eterno Campeão
Feliz com a vitória de quarta-feira diante do América-MG, mesmo com o sentimento de melancolia decorrente da campanha vergonhosa que nos condenou a mais um rebaixamento, coloquei-me em reflexão sobre os próximos passos do Coritiba.
Simultaneamente, vi uma postagem no Instagram (supondo que não seja fake) do jogador Alef Manga demonstrando a intenção de voltar a atuar pelo clube, praticamente se declarando ao maior do Paraná.
A situação de Alef Manga divide opiniões na coletividade Alviverde, chegando em posições que variam entre o término da história do jogador com a camisa do Verdão, ao perdão imediato e reintegração do atleta após o cumprimento da punição.
Confesso que de início, minha posição estava fechada com o primeiro grupo. No futebol que considero ideal não deveria haver espaço para este tipo de falcatrua, que zomba do sentimento dos únicos que realmente se dedicam e sofrem pelos seus clubes de coração, nesse negócio que cada vez menos se assemelha a uma disputa sadia de cavalheiros que remonta às origens do esporte bretão.
Só que infelizmente esse futebol já está morto e enterrado há muito tempo. Não fosse o amor pela instituição Coritiba Foot Ball Club, já teria abandonado esse esporte que virou apenas um negócio. Inclusive tenho muita dificuldade para me interessar por qualquer jogo ou competição que não envolva o Glorioso.
Desse modo, resolvi analisar a situação referente à Manga, olhando pelo prisma do interesse do clube. O estrago produzido pela péssima atitude do "profissional" já está feito. Certamente sua ausência, no momento que ocorreu, acelerou o processo que levou à pífia campanha da equipe que está nos levando ao rebaixamento. No aspecto financeiro, temos um atleta que pode sair de graça e que no início de 2023 estava altamente valorizado e era cobiçado por vários times grandes.
Será que devemos nos deixar levar pela raiva e pelo nosso senso de justiça, aceitar os prejuízos e seguir em frente? Ou devemos dar um voto de confiança a um indivíduo que foi desonesto e irresponsável, mas que tem demonstrado interesse em retornar para tentar se redimir de sua atitude, reduzindo o prejuízo técnico e financeiro que causou?
Não há resposta fácil para quem não se encontra nos extremos. Qualquer atitude representa um risco.
Se descartarmos o jogador, corremos o risco de gratuitamente reforçar um adversário, e vermos o atleta novamente desempenhando e valorizado. No final das contas o Coritiba será o único prejudicado. Se oferecermos uma segunda oportunidade, corremos o risco de sermos novamente traídos ou do atleta não conseguir ou demorar para retomar o desempenho esperado após a longa ausência nos gramados. Nesse caso seremos duplamente penalizados. Ao mesmo tempo, é possível que exista um ganho técnico e financeiro ao Coritiba, que rebaixado terá sérias dificuldades para atrair atletas com as qualidades já apresentadas por Manga.
Pensando unicamente no interesse do Coritiba, acredito que a decisão deveria depender do teor da conversa entre a administração do clube e o atleta e seus representantes. Nesse caso, o Coritiba teria que ficar isento de qualquer custo enquanto durasse a punição ao atleta e que fosse levada em consideração o valor da remuneração enquanto Manga recupera a condição de jogo e o nível de desempenho aceitáveis. Tudo isso amarrado a um novo contrato, atrelado a desempenho, com cláusula de renovação favorável ao clube e da previsão de multas consideráveis caso o atleta apronte algum ato de indisciplina ou que traga novo prejuízo ao clube.
Caso a opção seja pelo perdão ao jogador, mais importante é que se verifique uma atitude de arrependimento genuíno e uma postura de assumir publicamente os erros, se desculpar e demonstrar o interesse de se redimir. Caso a opção seja pela dispensa, a administração do clube deve se esmerar em recuperar judicialmente todo e qualquer prejuízo decorrente das atitudes praticadas por Manga.
E você torcedor, qual atitude acredita ser mais apropriada?
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