Eterno Campeão
Há algum tempo essa palavra tem sido muito dita quando se fala no aproveitamento de jogadores das categorias de base dos clubes de futebol.
Aponta-se que a causa da mal sucedida passagem ao time profissional seja a falta de uma transição bem conduzida.
Como leigo e torcedor, reconheço minhas limitações para julgar os profissionais do futebol e negar a necessidade da apregoada etapa no início da carreira dos atletas.
Contudo, no papel de torcedor que acompanha de perto e com muito interesse o futebol, em particular o do nosso amado clube, confesso que não consigo entender muito bem como seria a dita transição bem sucedida.
Muitas vezes, me parece mais, pura retórica. Se o jovem jogador desempenha bem ao chegar no profissional, ninguém questiona de que forma essa etapa ocorreu ou deixou de ocorrer. Já se não cai nas graças de torcida, comissão técnica e diretoria, todos já têm a resposta na ponta da língua, "foi a transição mal conduzida".
Apesar do futebol ter mudado muito, quando o árbitro apita o início da partida, são onze elementos e uma bola e se acabaram as desculpas. Embora seja justo que as cobranças e o reconhecimento, devam ser maiores para os mais tarimbados e referências técnicas da equipe.
A única coisa que conseguiria entender, é a avaliação da condição física e técnica de um atleta nos treinamentos para verificar se tem condições de responder em uma equipe profissional. E se ter a sensibilidade de identificar o tempo de cada um. Inclusive do perfil psicológico. Além de se manter um acompanhamento mais próximo de aconselhamento do ponto de vista técnico, tático e disciplinar. Pequenas correções e dicas são providenciais.
Mesmo respeitados estes critérios, o que pesa muito mais é a qualidade do atleta. A partir do momento que entra em campo pelo time profissional é porque tem condições e deve ser tratado como tal. Sou contra a prioridade nesse contexto, seja em favor de qual grupo for, jovens ou experimentados. Joga quem entrega mais. Embora saiba que isso é muito difícil de ocorrer nesses tempos de jogadores melindrados, com empresários empoderados e clubes e comissões técnicas no papel de administradores de humores ou até de bajuladores.
Acredito mais no encontro da oportunidade com a capacidade de aproveitá-la. Ao longo desses 30 anos de observação são inúmeros os casos de jogadores que vingaram ou não, com semelhantes condições de acesso à equipe principal.
Esse assunto é muito rico para ser esgotado em um único texto e é terreno fértil para muita discussão. Gostaria de conhecer a visão dos leitores dessa coluna.
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