Eterno Campeão
O fato do Coritiba estar com um pé e meio na série B, tem me causado uma amargura muito grande. Nesse momento, por mais que queira, não consigo fazer nenhum prognóstico positivo acerca do que nos espera nos próximos anos. A possibilidade de evitarmos mais uma tragédia no final deste ano, reside apenas naqueles improváveis milagres que eventualmente surgem no futebol. No ano anterior, foi quase isso. O Coritiba, como instituição, tem provado que nem merece mais esse tipo de intervenção divina. Afinal é incapaz de aprender com os erros que se repetem há décadas.
Embora nossos rivais sejam comparados, com justiça, à uma raça canina, mais pela sua fama de bibelô de madame do que por sua inteligência, é o Coritiba que parece correr atrás do próprio rabo desde que foi covardemente rebaixado em 1989. É verdade, nenhum clube no futebol brasileiro foi tão perseguido e prejudicado ao longo dos anos, lutando contra CBF, STJD, comissões de arbitragem, FPF e a grande parte da imprensa local, que se tornou agente de marketing do arquirrival. Mas temos que admitir que a situação atual do clube tem muito a ver com a incompetência, o descaso, e a egolatria de nossos dirigentes ao longo do mesmo período.
Atualmente, nos resta apenas a história e a nossa torcida que ainda é grande e muito fiel. Infelizmente, não bastam apenas esses atributos para reerguer um clube de futebol que tem um compromisso quase infinito com o erro. Perto de onde resido há um clube, o Santa Cruz de Recife, que também tem história e uma torcida grande e apaixonada e que é a prova viva de que apenas isso não é suficiente para salvar um clube de permanecer no ostracismo no futebol nacional. Na verdade, nos últimos trinta anos o Coritiba vive uma rota de desilusões, interrompida ocasionalmente por curtos espasmos de sucesso, que só tem servido para aumentar a frustração que vem na sequência.
Com a torcida cansada de acreditar nos projetos de cada nova diretoria que assumiu o clube e repetiu os erros dos antecessores, o surgimento da possibilidade de uma administração mais profissional com o evento da SAF, passou a ser a tábua de salvação a que quase todos nós nos agarramos. Infelizmente, o início está sendo catastrófico, com o aumento da desconfiança e a diminuição da esperança da maltratada coletividade coxa-branca. Para ser justo, a barca já estava naufragando, na chegada dos novos capitães, que parecem não ter identificado os furos que precisam ser reparados e desesperados insistem em esvaziar o convés com uma caneca.
Como torcedor que já está cansado de acreditar e ser frustrado repetidamente e que se apega apenas ao amor pelo Coritiba, espero que seja apenas um mau começo e que os atuais dirigentes da SAF estejam bem intencionados e tenham a humildade e a capacidade de aprender com os erros cometidos e consigam entregar um futuro melhor à nação alviverde.
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