Eterno Campeão
As últimas partidas do Coritiba, até mesmo as com resultados satisfatórios, tem revelado cada vez mais o desequilíbrio defensivo da equipe. Nesse caso menciono todo o sistema de marcação que começa na saída de bola do adversário até chegar em nosso gol. Não atribuo as dificuldades que temos enfrentado em conter os times adversários somente à atuação dos volantes e homens da defesa.
Temos bons zagueiros, que têm contribuído em demasia com a qualidade da saída de bola e no jogo aéreo, na lateral direita ganhamos muito com Warley e com a surpreendente evolução de Matheus Alexandre e na esquerda temos o Biro que "faz bem o feijão com arroz" quando se trata do aspecto defensivo e ainda falta observar o Diogo Porfírio. Por fim, temos dois volantes muito bons, que raramente fazem más apresentações e que tenho a impressão que jogam muito sobrecarregados.
Quanto ao Egídio, cada vez menos acredito que seja sustentável sua presença como lateral, a não ser em situações bem específicas, como ocorreu na partida contra o Fluminense. Seu bom desempenho ofensivo talvez possa ser melhor aproveitado atuando como ala ou ponta. Para permanecer na lateral será necessário melhorar muito sua proteção e cobertura. Talvez seja desgaste demais, para um resultado apenas razoável, quando já temos Paixão pela esquerda, que tem feito estrago nas defesas adversárias.
Por outro lado, a produção ofensiva do Coritiba costuma ser excelente, quando o meio de campo consegue manter a posse de bola. Hoje temos vários jogadores que dão boas opções para armação do setor ofensivo. E certamente a maioria dos torcedores gosta da vocação ofensiva da equipe de Morínigo, e não querem que essa forma de jogar seja deixada de lado, o que poderia ocorrer caso "El Patron" optasse por atuar com um atacante a menos, reforçando o meio de campo ou para atuar com três zagueiros. Qualquer mudança desse tipo, durante a competição configura um risco até que os atletas se acostumem a jogar da forma pretendida.
Diante do quadro exposto, uma alternativa melhor seria encontrar os atletas que dentro do atual plano de jogo, consigam se adaptar às funções pretendidas para aumentar a combatividade e marcação da equipe. Acredito que o nosso técnico tem tentado corrigir essa deficiência com os próprios jogadores que costuma escalar com maior frequência.
Hoje, o meia armador e os atacantes do Verdão se limitam a acompanhar os atletas adversários, deixando o combate mais efetivo para os demais. O resultado é o que temos visto neste início de Campeonato Brasileiro, quando tomamos muitos gols. Se ocorrem erros individuais, é porque os atletas do setor tem atuado sobrecarregados e a equipe tem falhado coletivamente em proteger sua área, exceto nos casos da infelicidade de Biro contra o Galo e da falha de Muralha contra o Fluminense.
Na minha visão, para haver melhora sem mudança de esquema tático e de nomes, os quatro da frente precisam realizar um papel defensivo de forma mais intensa e efetiva. Conquistar esse equilíbrio entre os momentos defensivo e ofensivo da equipe é o maior desafio que Morínigo e seus comandados terão pela frente, caso pretendam realizar um campeonato sem sustos e almejando algo melhor do que escapar do rebaixamento.
Confio que temos comissão técnica e atletas capazes de encontrar uma solução para este problema. Enquanto isso, nós devemos continuar apoiando de todas as formas, ou seja, aumentando o quadro de sócios, comparecendo em massa a todas as partidas e apoiando os 90 minutos, deixando as críticas para o momento mais apropriado após os jogos. Até uma boa dose de paciência será importante, pois esta equipe já mostrou que a merece.
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