Eterno Campeão
O torcedor do Coritiba saiu muito frustrado do Couto Pereira na sexta-feira. Viu uma equipe que dominou e controlou a partida, mas que foi incompetente para fazer o placar positivo.
A gritaria generalizada está na falta de atacantes mais qualificados para se juntarem a Josué e Ronier na missão de vazar a meta adversária. Algo tão óbvio para torcida e analistas, mas que o corpo diretivo e talvez o corpo técnico prefiram ignorar.
Não me convence o discurso de Mozart, de que por ele o elenco está fechado. Acredito que apenas se mantém em alinhamento com a direção, ciente de que não receberá ninguém de qualidade e desse modo mantém o elenco ao seu lado, valorizando os atletas com quem poderá contar.
Não se trata de tirar toda a responsabilidade do treinador, que pode ser criticado por algumas opções ao longo das partidas, mas que no todo tem feito um bom trabalho. Com seu discurso, assumiu uma responsabilidade muito grande, bancando a atitude acomodada da diretoria, atraindo para si parte considerável da pressão da torcida.
Existe uma desconexão entre o que se propaga na marketing do clube, que agradece à presença do torcedor nas partidas e à adesão ao plano de sócios, mas que retribui com migalhas e lhes dá um ataque de risos ou de nervos para torcer. Parecem acomodados, sentados sobre a vantagem na pontuação que conseguimos a duras penas. Com a referida atitude mostram que não estão interessados no título e que um quarto lugar nos critérios de desempate está ótimo. Essa postura pode facilmente se tornar um pesadelo, caso o desempenho da equipe nas últimas cinco rodadas se repita no restante da competição.
Desse modo, continuaremos torcendo por resultados arrancados a fórceps, graças a milagres praticados por Morisco, pela consistência do sistema defensivo, e jogando por um lance, que provavelmente virá de uma bola parada, da qualidade individual de Josué, da voluntariedade de um zagueiro ou da falha de um adversário, mas dificilmente dos nossos atacantes de referência.
Resumindo, se mantivermos as mesmas escalações e postura, quando estivermos sem a bola, nos defenderemos em um 4-5-1 e quando a tivermos, continuaremos no 4-3-1, com apenas Ronier nos representando no ataque.
Não seria o caso de o Mozart abrir mão de um atacante que não rende e ganhar um jogador de meio com características mais ofensivas, como De Pena e Walison? E na área, tentar qualquer coisa diferente do que tem feito (Delatorre e Coutinho)?
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