Eterno Campeão
Quem diria que estaríamos agora comemorando a quarta vitória consecutiva? Nem o mais otimista dos torcedores poderia imaginar, diante do cenário que se fazia presente.
Uma eliminação vexatória no campeonato estadual, partidas ruins contra o Flamengo (resultados previsíveis), e um tropeço em casa frente ao Londrina, causaram um estado de insatisfação compreensível e críticas bem fundamentadas, mas também a julgamentos precipitados, que analisando-se friamente num momento de tranquilidade como o atual, acabaram levando a injustiças e agravando a situação preocupante que já enfrentávamos.
Não pretendo me colocar no papel de "eu já sabia" e imune aos julgamentos precipitados a que me refiro. Já os cometi muitas vezes ao longo de minha vida de torcedor . E, algumas vezes, levei anos para perceber que alguns deles de maneira equivocada. E reforço que isso faz parte do futebol e não acredito que um dia será diferente. Quando há paixão envolvida, vários tipos de reação são possíveis, muitas delas despropositadas.
Muitas vezes o sucesso de um clube depende de que os dirigentes ouçam a imprensa e torcedores, pois muitas de suas considerações podem ser corretas e úteis, mas que não se deixem levar pelo calor do momento e que suas atitudes sejam pautadas por isso.
Essa atitude é fundamental para quebrar essa rotina de trocas excessivas de treinadores, contratações desesperadas de atletas, que se mostram verdadeiros desastres do ponto de vista técnico e financeiro para o clube. Exemplos, podem ser encontrados em profusão.
Já imaginaram, se tivéssemos demitido o treinador após a eliminação no estadual ou na copa do Brasil, ou ainda, após o empate contra o Londrina? E se todos os atletas que tiveram suas demissões solicitadas pela torcida, fossem dispensados?
O futebol é tão dinâmico, que não temos noção de qual será a situação daqui a algumas rodadas. Espero que a tranquilidade se mantenha, mesmo que ocorra alguma oscilação. Mas a clareza na tomada de decisões por parte dos gestores tem que se manter constante.
E que não se confunda essa necessidade de equilíbrio, com estagnação, omissão e retardo na tomada de decisões. Tampouco à falta de autocrítica.
Em resumo, o futebol é muito mais complexo do que imaginamos, nós sabemos menos do que acreditamos saber, e muitos trabalhos corretos e competentes não levam a resultados, em função de detalhes de bastidores. Como meros torcedores, podemos criticar e cobrar gestores, atletas e treinadores, mas devemos evitar exageros, que se reflitam em prejuízo do próprio Coritiba. Ainda é importante lembrar que os profissionais (atletas e demais), foram escolhidos pelo clube e que na maioria das vezes, trabalham sério, no intuito de acertar. E sofrem junto com suas famílias com manifestações públicas excessivamente depreciativas.
Nesse sentido, o caso do jogador Wagninho tem sido emblemático. Acredito, que apesar de estar sujeito a críticas como qualquer outro atleta, acabou virando "para-raios" para a revolta da torcida, com as más apresentações recentes e resultados pífios.
Fico feliz, que o atleta tenha conseguido dar a volta por cima e com isso estar contribuindo para a recuperação do nosso time, que nesse momento, dá sinais de que pode atingir o principal objetivo do ano.
Por fim, aproveito para fazer uma avaliação individual da atuação dos atletas que iniciaram a partida de ontem contra o Confiança:
Muralha - Foi pouco exigido. Mas quando necessário, fez uma grande defesa no início da segunda etapa. Demonstra menor segurança que Wilson ao sair jogando com os pés.
Natanael - Muito bem, especialmente no aspecto defensivo. Um dos melhores em campo.
Henrique - Regularidade, tranquilidade e segurança, podem definir essa e as suas demais atuações, nessa volta ao Coritiba.
Luciano Castan - Muito boa atuação. Desde a chegada de Henrique, seu desempenho cresceu muito.
Guilherme Biro - Excelente nos desarmes. Arrumou o lado esquerdo da defesa. Acredito que sua insegurança para subir ao ataque, prejudica um pouco a equipe, pois muitas jogadas em seus pés retornam para a zaga, sem necessidade.
Willian Farias - Teve uma atuação regular. Não comprometeu.
Val - Atuação muito boa no primeiro tempo. Foi um dos melhores em campo. Voltou a desarmar com eficiência. E repetiu a excelente saída de bola. Pecou apenas nos arremates a gol.
Robinho - Melhor atuação após o retorno ao Coritiba. Está adquirindo mais ritmo e dessa forma, sua condição técnica fica mais evidente. Foi fundamental para as vitórias, na ausência de Rafinha.
Wagninho - Mostrou a dedicação e a disciplina tática de sempre e ainda fez o gol da vitória. Está ficando difícil questionar sua escalação.
Willian Alves - Ainda demonstra falta de ritmo. Enquanto teve fôlego, procurou se movimentar e procurar o jogo. Ainda é pouco para avaliar.
Igor Paixão - Melhorou na dedicação e atitude quanto à marcação. Às vezes se desliga do jogo e toma decisões equivocadas nos contra-ataques, embora seja a melhor alternativa quando precisamos sair em velocidade.
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