Eterno Campeão
Após mais um capítulo da vergonhosa trajetória do Coritiba em 2023, nós torcedores continuamos nos indignando com o vasto repertório de bizarrices que os responsáveis conseguem nos oferecer, começando pelo silêncio ensurdecedor adotado pela presidência da associação, que deveria fiscalizar e cobrar os gestores "profissionais" do clube e também assumir sua cota de responsabilidade pela montagem deste elenco e pela escolha de nosso comprador. A Treecorp, por sua vez, não se manifesta e não toma atitudes compatíveis com a gravidade da situação na qual o clube se meteu. O comando técnico que parece abandonado e perdido, a cada rodada se supera na incapacidade de mudar a situação da equipe. Além disso, as entrevistas que concede só servem para irritar os torcedores e convencê-los de que uma mudança imediata se faz necessária. Por fim, temos um grupo de "atletas" que se configura numa salada, composta por descompromissados, perebas e fracos emocionalmente, com exceção de raros qualificados que ainda lutam e são vítimas da situação.
O panorama apresentado causa uma sensação de frustração misturada com impotência, que gera muita revolta nos aficcionados pela coisa mais importante entre as "não importantes" em nossas vidas. Essa mistura de amor com vício pode levar a situações perigosas que fogem ao controle nessa sociedade já saturada de atos de intolerância. Mesmo que seja notória a necessidade de medidas administrativas urgentes, não cabe a nós torcedores atitudes descontroladas que certamente prejudicarão o clube, a nós mesmos e a terceiros. Será que vale a pena colocar em risco a integridade física de nós mesmos e de outros em função de uma disputa esportiva? Lembrando ainda que no futebol brasileiro impera a picaretagem, e aparentemente, o jogo de cartas marcadas. Embora a resposta pareça óbvia, no momento do calor e da raiva, com a aglomeração de pessoas e o conhecido comportamento de manada, temo pelo que pode se desenrolar caso ocorra um insucesso diante de nossos maiores rivais.
Desse modo, apelo para que os mais exaltados e que não conseguem se controlar, que fiquem em casa cuidando de suas famílias, que são o que realmente importa. Que as diretorias das torcidas organizadas continuem pregando a cobrança pacífica e atuem de forma apaziguadora, alertando os integrantes das consequências de atos impensados. Lembrem-se que futebol é coisa séria para nós, mas que para os demais envolvidos é apenas um ganha pão, um investimento, um ambiente propício à picaretagem, entre outras motivações. Não vale a pena nos machucarmos e a terceiros, nos envolvermos em atitudes criminosas e levarmos prejuízo material e de imagem à instituição, enquanto os que realmente deveriam se importar estarão numa boa ao final do ano e passarão a ser vistos como vítimas.
O que fazer, então, como torcedores para tentar sensibilizar ou pressionar quem pode mudar a situação do clube? Tenho visto muitas opiniões e respeito a todas, exceto as que envolvem violência. Na minha opinião, que não pretendo impor a ninguém, no atleTIBA a torcida deve lotar o Couto e demonstrar todo o seu amor pelo clube, apoiando o time até o final. Depois do clássico, independentemente do resultado, se a postura da equipe não mudar e não forem tomadas atitudes efetivas por parte dos gestores, devem se realizar protestos mais contundentes. Aí várias ideias já foram colocadas, tais como torcedores trajando preto, de costas para o gramado, entre outras. Até a ausência de torcida acho válida como protesto pontual em alguma partida após o atleTIBA. Não encaro como abandono ao clube, pois nossa torcida nunca o fez e nunca o fará. Acredito que desfazer o plano de sócio não seja uma medida inteligente, pois prejudica a estruturação do clube e diminui a probabilidade de recuperação da instituição. Isso sim, encaro como uma atitude de abandono.
Para melhoria da condição atual e reestruturação da equipe, visando o futuro do clube, começando pela série B em 2024, também aponto algumas atitudes que acredito serem salutares:
1) Demissão imediata do CEO e do diretor de futebol em função dos resultados pífios;
2) Recondução de Thiago Kosloski à comissão permanente;
3) Momentaneamente, trabalhar com um outro técnico interino. Provavelmente, o Nascimento;
4) Definir com calma, cuidado e capricho, um novo CEO. De forma profissional, sem amizades e ,"quem indica";
5) Junto com o novo CEO, contratar o diretor de futebol, utilizando-se dos mesmos critérios adotados para a definição do CEO;
6) Definir treinador e comissão técnica, com a participação de CEO e diretor de futebol, utilizando-se dos mesmos critérios adotados para a definição do CEO e do diretor de futebol;
7) Nas três funções especificadas acima, o clube deve ser ousado e parar de pensar pequeno;
8) CEO, diretor de futebol e comissão técnica devem observar no restante da competição os atletas que podem ser aproveitados para a próxima temporada. Além da questão técnica, as questões anímica e de caráter são fundamentais;
9) Fazer o mesmo processo com os atletas da base;
10) Partir para contratações efetivas em função das necessidades do elenco.
11) Limitar as contratações por oportunidade ou apostas;
12) Vetar a contratação de atletas com histórico de baixo desempenho físico e lesões complicadas.
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