Eterno Campeão
No futebol competitivo, o que fica é o resultado. E com muita satisfação comemora-se a vitória e a campanha do Coritiba. O caminho para a volta à primeira divisão está pavimentado e cada vez mais próximo de se tornar realidade. De nada adiantaria uma partida vistosa com um placar que não indicasse mais três pontos na classificação.
Do mesmo modo, no esporte não há espaço para acomodação, descuido e falta de ambição. Se uma equipe começa a permitir que tais atitudes comecem a ocorrer, alguns pontos podem ser perdidos pelo caminho e significar a pequena diferença que separa de um dos objetivos traçados. O título, por exemplo.
Independentemente de se reconhecer que todas as equipes oscilam e que é muito difícil manter uma regularidade de atuação em um campeonato tão longo e disputado, não vou me privar de apontar alguns equívocos cometidos e cobrar a equipe pela atuação abaixo da expectativa.
Como líderes, jogando no Couto e contra uma equipe embora tradicional, de menor porte, o Coritiba não poderia ter sido amassado como ocorreu no segundo tempo. Por muito pouco dois pontos não foram pelo ralo. Tranquilidade e paciência são fundamentais. Mas o excesso de “tranquilidade” ou falta de intensidade que se tem demonstrado no início das partidas, como se fosse possível resolver a partida a qualquer momento, chega a ser irritante.
Não faltou compromisso ou seriedade. Faltou tesão e em alguns momentos ambição e inteligência. Na segunda etapa, com muito espaço para o contra-ataque, pouco aproveitamos. Parecia que o freio de mão estava puxado. Já que se optou predominantemente pela defesa, ao menos se esperava uma marcação um pouco mais alta e ajustada. O que se viu foi uma linha de passe do Vila Nova no campo de defesa do alviverde, que se limitava a cercar e só dava combate quando os adversários já se aproximavam da grande área. A recuperação da bola era seguida pela devolução rápida e infantil para a equipe oponente.
Acredito que a má jornada de alguns jogadores fundamentais para a equipe, seja pela condição técnica, seja pela importância estratégica, foi fator importante para a partida nada convincente. Val não esteve bem. Pouco ajudou na criação das jogadas, que é um dos seus diferenciais, e não conseguiu desempenhar a marcação a contento. Robinho, não foi omisso e procurou o jogo, mas errou uma enormidade de passes, insistindo demais em enfiadas pelo meio da defesa congestionada e bem postada. Léo Gamalho fez o que dele se espera. Paixão e Wagninho já tiveram atuações muito mais convincentes.
Certamente o fator positivo foi a atuação dos homens da defesa, que apesar de muito sobrecarregada, aguentou a pressão. De Wilson a William Farias, todos foram bem, exceto Romário que destoou do ponto de vista técnico, embora tenha demonstrado muita força de vontade, além de ter sido muito exigido, pois seu lado do campo foi o alvo principal das investidas do adversário.
Naquela pressão que estávamos sofrendo, já pensava comigo sobre a demora do Morínigo para substituir. Pouco depois, já entendia o nosso competente técnico, ao testemunhar a pouca produtividade de Igor e Johnny, no pouco tempo que estiveram em campo. Rafinha até tentou segurar a bola e armar alguma situação, mas esbarrava na falta de uma maior aproximação dos companheiros, essencial à sua forma de atuar. A entrada de Mateus Sales melhorou um pouco a marcação na entrada da área, mas nada de extraordinário.
O momento é de alegria com a situação do Coritiba no campeonato. Os atletas têm crédito e devem comemorar a difícil vitória, mas é importante que estejam conscientes da fraca atuação e de que há muito a se melhorar. No verdão que a torcida quer, humilde e com os pés no chão, quando se atinge um objetivo, já se almeja outro. Subir, ser campeão, formar uma equipe e um formato de jogo bem ajustados para não dar vexame na série A, e assim por diante.
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