Eterno Campeão
Com a definição dos classificados para a próxima fase da Copa do Brasil, existe uma preocupação com a definição do próximo adversário do Coritiba que se dará por sorteio.
Cada torcedor faz um exercício mental para eleger o confronto ideal, no qual o Coritiba teoricamente tenha maiores chances de classificação. Nenhum problema nisso. Até porque, ao contrário do que ocorria no passado, quando o único objetivo era buscar o título e a classificação para a Copa Libertadores da América, hoje existem aspectos financeiros que constituem um importante diferencial a cada fase que os clubes superam.
O raciocínio predominante e lógico é o de que não enfrentar os clubes mais abastados do momento, e consequentemente mais fortes, será a situação ideal. Compartilho da ideia de que Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras, seriam confrontos com uma possibilidade mais reduzida de classificação. Por outro lado, poderiam constituir um teste válido para avaliar a capacidade do elenco alviverde, seria atrativo do ponto de vista de arrecadação (embora nos dias atuais os valores das premiações sejam superiores) e do ponto de vista psicológico, uma classificação diante de um desses clubes traria muita confiança para as fases seguintes da competição e para o resto da temporada.
Vale lembrar ainda, que a Copa do Brasil é a competição onde o favoritismo das equipes é quebrado com maior frequência, pois basta lembrar dos títulos conquistados Criciúma, Juventude, Santo André e Paulista, e de outras situações onde clubes "menores" sobrepujaram os grandes.
O Coritiba e a sua torcida precisam recuperar gradativamente a autoestima perdida nos últimos anos, em virtude dos insucessos resultantes da atuação de jogadores descomprometidos e desqualificados que passaram pelo clube, contratados por dirigentes que abusaram de errar. Mesmo em tempos ruins o Glorioso honrava sua tradição e fazia jogo duro contra qualquer adversário, principalmente jogando em casa.
Ao longo da história da competição, poucas vezes fomos derrotados ou desclassificados com facilidade pelos times do eixo, que muitas vezes precisaram contar com a influência da arbitragem para nos superar, como em 2000 (Santos), 1996/2014 (Flamengo), 2011 (Vasco) e 2012 (Palmeiras). Em contrapartida, acomodados e desatentos contra equipes teoricamente mais fracas sofremos desclassificações inesperadas e humilhantes, como ocorrido diante de Nacional, do Amazonas, ASA de Arapiraca, URT e Ituano.
Desse modo, mais importante é a postura que o Coritiba apresentará diante de qualquer adversário que esteja em seu caminho. Perder ou vencer são contingências do esporte, que temos que aceitar. Atuar de maneira covarde, descomprometida e sem acreditar no triunfo, é uma vergonha que não gostaria mais de ver no Verdão. No Brasileirão de 2020, empatamos com o São Paulo atuando de maneira tão covarde e desprezível, que não teria conseguido me alegrar nem com uma vitória, que certamente não seria justa. Apenas obra do acaso.
Por isso, minha preocupação com o adversário que será sorteado é secundária, diante da que tenho com o próprio Coritiba. Independentemente do adversário, precisamos de soluções para as carências que o time vem apresentando, e principalmente de que os atletas entrem em campo com concentração e motivação extremas. Mordendo o alambrado, como apregoou o saudoso presidente Follador.
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