Fala, Sócio COXAnautas
O título deste texto foi um tema de redação de vestibular da UFPR no final dos anos 90, se não estou enganado. Naquela época a internet engatinhava e nossas cognição ainda era analógica. Os alunos sofreram com o tema, pois a efemeridade não estava incorporada em nosso dia a dia, diferentemente do momento atual no qual somos assolados por informações e desinformações a cada segundo.
E trago este tema para cá com a seguinte pergunta: o que queremos para o nosso Coritiba? O eterno ou o efêmero?
Pela primeira vez percebo que existe um trabalho sério no núcleo do Coritiba, uma gestão que nos parece focada a acabar com as imensas dívidas, modernizar o clube e consequentemente buscar o que o torcedor acredita ser o mais importante no futebol: títulos. Um trabalho que começou a 2 ou 3 anos, ou seja, ainda muito recente, mas que vem colhendo bons frutos. A credibilidade do clube é ascendente, estamos próximos de fechar uma SAF de forma responsável, temos diretores competentes em todos os departamentos, a base vem mostrando sua força com excelentes atletas, há foco em transformar o CT em uma referência mundial, existe até a ideia de modernizar o Couto (mesmo que nem seja prioridade, nosso estádio é fantástico), o marketing tem trabalhado construtivamente, enfim, muito a comemorar e apoiar (como por exemplo sendo sócio do clube).
Porém, o time principal ainda precisa convencer e o torcedor se irrita com razão, afinal queremos resultados para ontem, certo? Assim, voltando ao cerne do texto, queremos um Coritiba eterno ou efêmero? Um trabalho bem-feito leva tempo e a única forma de segurar a emoção a longo prazo é termos paciência. Isso não indica passividade, porém até mesmo nossa irritação deve ser corretamente administrada e seletiva.
Racionalizemos: com todas as dificuldades intrínsecas do nosso clube a diretoria buscou (e continua buscando) o que há de melhor no mercado de jogadores. Estamos ainda muito longe de outros times (sejamos coerentes e com os pés no chão) mas o elenco atual nos enche de confiança. A comissão técnica ainda é duvidosa, porém o trabalho deve ser observado e avaliado a longo prazo. Paciência tem limite? Claro que tem, mas não sejamos imediatistas. Criticar é necessário desde que construtivamente, com sabedoria e racionalidade. Tanto nós torcedores como a mídia em geral (os que querem o bem do Coritiba) devemos focar a análise crítica nos pontos cruciais para não produzirmos uma reverberação desnecessária.
Não esqueçam que o eterno constrói, perdura, conserva. O efêmero corrói, desgasta, consome. Particularmente, não espero um título nacional ou internacional em 2023 ou 2024 ou até 2025, mas se acontecer, excelente! Contudo, quero ver o Coritiba sereno e sucessivo na série A. É um pensamento modesto, mas pé no chão. Quero ver nosso clube sem dívidas e investindo na sua estrutura enquanto parte da elite do futebol brasileiro. Títulos virão como consequência deste trabalho. Nós torcedores somos parte integrante deste clube, ou seja, nossas ações têm o poder de agregar ou arruinar todo um trabalho. Pés no chão e racionalidade para nossa eternidade.
André Ramiro
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)