Fala, Dr. X!
Dica enviada pelo Sergio
Não assisto jogos de outros times brasileiros, meu gosto imenso pelo futebol não chega a tanto. Especial e fundamentalmente quando envolvem um time do eixo.
Por isso, não assisti, um amigo hoje pela manhã me contou por e-mail. Disse ele que a torcida do Ceará fez uma festa de luzes, cópia exata do nosso Green Hell. Parece que a idéia se espalha e nunca nos darão crédito por sermos quem criou este espetáculo num jogo de futebol.
Não é complexo de "cachorro vira-latas", mas é fato notório sermos ignorados, esnobados e ridicularizados. Nossa torcida não será conhecida nos corredores jornalísticos da "poderosa" e demais órgãos impositores de opinião pública do eixo, como uma torcida vibrante e criativa. Seremos sempre lembrados como a torcida que empreendeu o maior ato de barbárie do futebol brasileiro, agredindo o time do Fluminense ao termos sido "merecidamente" rebaixados para a divisão inferior. As festas de luzes serão rapidamente vinculadas aos "grandes", aos times do eixo, jamais a nós. O original será tratado como cópia inferior.
Imagino, escrevi em resposta ao meu amigo, que um dia a globo transmitirá um jogo do Coritiba. Ao presenciar o legítimo e original Green Hell, o locutor chapa branca assim dirá:
"Bem amigos da rede globo....a torcida curitibana (porque sempre confundem cidade e time) copia as grandes do Brasil e também faz sua festa de luzes..."
Proponho que a torcida e a Diretoria Coxas marquem o Green Hell, que espalhem ao mundo que é nossa invenção. Que façam isso de todas as formas possíveis e imagináveis, se for o caso requerendo registro da idéia, caso isso seja possível. Mas se não for, que o seja pela insistência da repetição. Todo jogo que alguma torcida adversária faça sua festa de luzes nas arquibancadas, seja seguido de uma carta oficial do Coritiba ao tal clube e sua torcida organizada, parabenizando-os pela festa, reafirmando que ela muito honrou a torcida Coxa que primeiro a fez no Brasil.
É assim que agiriam os gaúchos. São hábeis no uso da publicidade, mesmo que muitas vezes meio forçada e fantasiosa, para promover as coisas deles. Por que nós não?
Não podemos permitir continuar sendo afrontados, tripudiados, relegados e esquecidos. Precisamos impor respeito, exigí-lo, com paciência, sabedoria e ousadia.
Volto ao exemplo dos gaúchos. Lá, no futebol, não existe autofagia. Colorado defende gremista e gremista defende colorado em prol do Estado. Grande parte do que falam e alardeam é fantasioso, por conta do folclórico "papo" do gaúcho. Mas trombeteiam de tal forma tornar coisas comuns como virtudes únicas deles, seguindo a máxima de Joseph Goebbels, cérebro da propaganda nazista, que dizia: "Uma mentira contada dez vezes torna-se uma verdade."
Revolto-me com a autofagia ridiculamente destruidora em nosso meio Coxa Branca. Pessoas que não entendem que para existir um Coritiba forte e poderoso, é necessário que exista um poodle tão poderoso quanto nós, que por breves momentos até nos supere para que se mantenham alertas os sentidos e permanentemente ligado o senso da superação diária. Destrua nosso adversário, nosso inimigo, e em poucos meses nos autodestruiremos na indolência e no comodismo.
Mas autofagia é assunto para outra conversa, por enquanto vamos tornar a festa de luzes nossa marca registrada, impô-la ao Brasil como nossa. Um passo de cada vez e esse em primeiro, que já se nos vaza por entre os dedos.
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