Fala, Dr. X!
Dica enviada pelo Adriano
Agitação de torcedores poderá fornecer eletricidade para estádios
Há cerca de dez anos, o arquiteto e professor da FAU/USP, Geraldo Serra,
imaginou um sistema alternativo de geração de energia baseado na força
motriz humana.
“Quando vejo aquela gente correndo, pedalando ou levantando pesos em
academias esportivas penso que toda essa energia poderia ser usada para
alimentar a iluminação ou o ar condicionado desses edifícios”, dizia o
especialista.
Por Marcos de Sousa, para o Portal Copa 2014
Longe daqui, em Londres, a equipe do escritório de arquitetura Populous
está desenvolvendo uma solução para aproveitar os movimentos sincronizados
dos torcedores na geração de energia elétrica para as arenas esportivas.
“Imagine um estádio ou arena do futuro, capaz de gerar energia com os
simples passos de milhares de torcedores chegando pelos corredores e
escadarias”, diz Nicholas Reynolds, especialista em energia do Populous
Architects. Dirigido por Rod Sheard, o Populous é um dos escritórios mais
reconhecidos internacionalmente em projetos de equipamentos esportivos.
Ícones mundiais como a Wembley Arena, ou o Estádio Olímpico, ambos em
Londres foram projetados pela equipe, antes associada ao escritório
norte-americano HOK.
Piezoeletricidade
O segredo, explica Reynolds, está em sensores piezoelétricos, capazes de
transformar a pressão dos passos ou dos corpos (na verdade, da bunda) dos
torcedores sobre as cadeiras em eletricidade. A ideia é espalhar milhares
desses componentes (piezo waffers) sob os revestimentos de pisos, suportes
de assentos, degraus de escadas e também nas áreas para torcedores em pé,
comuns em todas as arenas europeias.
Há cerca de dez anos, o arquiteto e professor da FAU/USP, Geraldo Serra,
imaginou um sistema alternativo de geração de energia baseado na força
motriz humana. “Quando vejo aquela gente correndo, pedalando ou levantando
pesos em academias esportivas penso que toda essa energia poderia ser
usada para alimentar a iluminação ou o ar condicionado desses edifícios”,
dizia o especialista.
Dois pesquisadores da escola de arquitetura do MIT, em Boston, EUA, estão
desenvolvendo sistemas para tornar a energia piezoelétrica viável
comercialmente: “Um simples passo humano pode manter acesas duas lâmpadas
de 60 watts durante um segundo. Se pensarmos no movimento de 30 mil
pessoas teríamos 3,6 milhões de watts por segundo”, explicam James Graham
e Thaddeus Jusczyk, jovens estudantes do MIT que trabalham no projeto.
O sistema já foi experimentado em vários edifícios, com diferentes usos.
Exemplos: um club de Roterdã, na Holanda, usa os sensores na pista de
dança para alimentar a iluminação; no Japão, uma estação de trens utiliza
a energia das multidões que passam pelas catracas de saída para fornecer a
energia suplementar do edifício. E, por fim, o sonho de Geraldo Serra:
também no Japão, uma academia de ginástica conectou geradores de
eletricidade (dínamos) às esteiras e bicicletas ergométricas para
alimentar a luz e o sistema de TV.
Agora, imaginem quantos megawatts poderiam ser gerados em um gol no Maracanã, no Fonte Nova ou no Beira-Rio. E qual vai ser a torcida com maior capacidade energética no país?
Saudações alvi-verdes, força Coritiba, vencer é teu destino.
Eu respondo qual será a torcida mais energética do Brasil: Se der realmente certo, e o Coxa estiver na primeira divisão, pode desligar as turbinas de Itaipu.
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