Falando de Bola
A água precisou chegar ao nariz, pois do pescoço já passou há tempos, para a diretoria do Coritiba admitir que ainda tenta contratar um centroavante.
Já estamos na metade final do mês de setembro, o campeonato brasileiro acaba em menos de três meses, e a lacuna no setor ofensivo ainda não foi preenchida.
O problema é que os nomes sondados estão longe de serem apontados como solução, e o “menos pior” deles, Giancarlo, foi descartado obscuramente pelo clube.
Ao ler a última atualização do Blog da competente jornalista Nadja Mauad, aparecem os nomes do veterano Obina, do América/MG, e de Leo Gamalho, Santa Cruz, e Lincom, do Bragantino, além do quase aposentado Fabricio Carvalho, da Cabofriense.
Obina, até tem estrela, já fez gols importantes, mas sua última boa fase foi no Flamengo em 2009. De lá para cá peregrinou por Palmeiras, Atlético/MG, futebol chinês e Bahia, sem deixar saudades em nenhum deles. Atualmente no América/MG fez seis gols na Série B, mas está longe do jogador que foi ídolo do Flamengo.
Léo Gamalho e Lincom, tecnicamente, não são jogadores melhores do que os que compõem o elenco Alviverde. O atacante do Santa Cruz fez cinco gols na Série B, e Lincom marcou apenas três gols na temporada, sendo um na segunda divisão do futebol nacional.
Já Fabricio Carvalho, despontou muito bem pelo São Caetano no período de 2004 a 2006, teve sérios problemas cardíacos e desde então passou por vários clubes, dentre eles Goiás, Portuguesa, Remo, Bragantino, e nunca mais conseguiu alcançar uma sequência de jogos e bons momentos em sua carreira.
É surpreendente ver o Departamento de Futebol do Coritiba chegar a cogitar estes nomes, mesmo que o clube esteja desesperado atrás de um centroavante de ofício. Isto mostra a falta de planejamento do clube, que teve nove meses para contratar um jogador da função e não conseguiu, e agora cogita nomes que não irão resolver o problema da posição.
Pelos nomes cogitados seria muito melhor então que o Coritiba fosse humilde e voltasse atrás em sua decisão e trouxesse Giancarlo, que tem mais condições de ajudar do que todos os quatro citados.
No mesmo Blog, a jornalista cita que a contratação de Giancarlo seria um pedido do técnico Marquinhos Santos, que inclusive pediu para que o clube revisse a sua decisão em não contratar o jogador. Mas a opinião de outras pessoas (em>quem seriam elas?) prevaleceu e o jogador foi descartado definitivamente.
É de conhecimento geral que o futebol brasileiro passa por uma grande crise na formação de jogadores de referência, mas o fato é que se o clube fosse mais ágil e percebesse que a insistência com jogadores que não são de referência não daria certo, o Coritiba não estaria hoje cogitando nomes que não seriam titulares nem se o time estivesse na Série B.
Na realidade a tão propagada busca por um camisa 9 é apenas admitir que os atacantes Zé Eduardo, Keirrison, Julio Cesar e Anderson Aquino não conseguiram marcar os gols que a equipe precisava, pois se estes atletas estivessem em boa fase, não estaria sendo cogitada a contratação de um centroavante, até porque no modelo tático do futebol moderno, muitas equipes aboliram a presença de um homem estático dentro da área por jogadores de extrema movimentação.
Muito melhor do que trazer os nomes citados é dar chance aos dois jogadores que mais se aproximam das características da posição.
Joel, o camaronês, atuava como o jogador mais adiantado da equipe do Londrina, com liberdade para cair pelos lados. Mesmo sem atuar fixo dentro da área, era o artilheiro da equipe londrinense.
O garoto Douglas foi recém promovido, mas na última partida contra o Santos, mostrou qualidades e força física para ter mais chances na equipe. O técnico diz que o jogador é de velocidade e que está sendo aprimorado para atuar como referência.
Porém, com a força que aparenta ter e sendo um jogador velocista pode ajudar muito o time. E nesta hora que o clube mais precisa, é que as vezes grandes jogadores são revelados.
As vezes o jogador só precisa de confiança e de uma oportunidade para aparecer no mundo do futebol.
Eu apostaria muito mais em Douglas, do que em Léo Gamalho, Lincom e Fabrício Carvalho.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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