Falando de Bola
Na coluna que escrevi sobre a dispensa do técnico Geninho pelo Atlético/PR sofri uma saraivada de críticas de leitores que não admitiam o uso deste espaço para falar da crise no maior rival.
Poucos foram os leitores que entenderam que o propósito maior era enaltecer o trabalho que vem sendo realizado pelo Coritiba, e não apenas divagar sobre Atlético.
Aliás, sou um dos que pensam que o futebol paranaense só será forte, quando ambos forem fortes e pensarem como clubes grandes, e principalmente planejando suas ações.
O dia em que Coritiba e Atlético estiverem brigando por títulos de expressão nacional e até internacional, aí sim estaremos no mesmo patamar dos clubes gaúchos, por exemplo.
Enquanto Inter e Grêmio brigam para serem campeões da Taça Libertadores, aqui em Curitiba a discussão maior é para saber se o maior rival será rebaixado no Campeonato Brasileiro.
Enquanto isso acontecer, o futebol paranaense continuará relegado a um segundo plano no cenário nacional, e campanhas como a que o Coritiba vem fazendo nesta temporada só serão reconhecidas após os números conquistados extrapolarem a normalidade.
Quando falamos em planejamento de ações, o principal tema é a contratação de reforços, até porque falamos sobre um clube de futebol.
É claro que um clube depende de vários planejamentos e ações para sobreviver, principalmente na área de marketing e logística, porém se o Departamento de Futebol for mal planejado, todas as estruturas do clube são abaladas.
Hoje no futebol paranaense, falando propriamente da dupla Atletiba, vemos situações totalmente opostas no planejamento de contratações.
O Atlético já contratou 21 jogadores para esta temporada. Alguns já foram dispensados, outros não vêm sendo aproveitados, e medalhões como Kleberson e Lucas vêm apresentando um péssimo futebol, mostrando que o recurso investido em suas contratações foi muito mal utilizado.
E time atleticano parte desesperado, como um gigante esfomeado, para devorar o que está sobrando no mercado de jogadores.
Anuncia o interesse no volante Correa, jogador revelado pelo Palmeiras, com passagem pelo futebol russo, e recém dispensado de Flamengo e Atlético/MG. Um jogador de poucos recursos técnicos, e que não deverá vir por um baixo salário, devendo onerar ainda mais a folha salarial do clube, sendo um péssimo custo-benefício para o clube.
Por outro lado, o Coritiba parece ter aprendido com os erros, planejamento muito bem suas ações nesta temporada.
A manutenção da equipe campeã da Série B, somada a reforços pontuais, como o excelente zagueiro Emerson e o meia-artilheiro Davi, são fatores que contribuíram imensamente para o sucesso do clube nesta temporada.
Isso fará o Coritiba chegar muito forte no Campeonato Brasileiro, pois além de ter uma equipe de qualidade e entrosada, precisará procurar poucos reforços para este campeonato, o que pode ocasionar em uma busca mais direta em posições específicas, o que fará o clube utilizar de maneira mais otimizada os seus recursos.
Com uma equipe formada , o Coritiba tem mais condições de investir em jovens valores, de qualidade, e que podem trazer um bom retorno financeiro, como é o caso do meia Everton Ribeiro, que vem sendo preparado para futuramente ser titular da equipe.
Já para o Atlético, por estar em crise e não ter um time formado, apesar das inúmeras contratações na temporada, só resta o caminho de investir em medalhões, até para dar uma satisfação a seu torcedor e tentar tirar o clube da crise em que se encontra.
O Atlético de 2011 é semelhante ao Coritiba de 2005, e o resultado final não foi outro senão o rebaixamento para a Série B.
O caminho para o abismo está reluzindo para o time atleticano.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
rhonorio@twitter.com
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