Falando de Bola
Peço licença aos leitores do Blog para falar de um assunto que movimentou o dia de ontem, a demissão de Geninho e a contratação de Adilson Batista pelo Atlético Paranaense.
Assim, como o Coritiba tinha feito com Renè Simões em 2009, quando o contratou para apagar incêndios e por ser uma medida totalmente popular junto ao torcedor Alviverde, que enxergava em Renè a solução de todos os problemas do Coritiba, o Atlético o fez com Geninho.
Geninho tem história no clube, foi campeão brasileiro em 2001, salvou o time do rebaixamento em 2008. Isso o tornou o maior técnico (vivo) do clube, um dos grandes ídolos, ao lado de Alex Mineiro, considerado por alguns o maior ídolo da história atleticana, esquecendo-se de jogadores como Caju, Sicupira, Nilson Borges, Assis e Washington.
Alex tornou-se ídolo máximo em função de sua participação nos jogos dos play-offs, quando foi responsável pelos gols que foram levando o clube ao único título nacional de sua história.
Alçar Alex Mineiro a condição de ídolo supremo, seria como se a torcida Alviverde elegesse o centroavante Índio como o maior jogador do clube em todos os tempos, somente pelo seu belíssimo gol de falta contra o Bangu.
Mas o Coritiba ainda tem Fedato, Miltinho, Bequinha, Kruger, Zé Roberto, Tião Abatia, Paquito, Negreiros, Cláudio, Hidalgo, Jairo, Célio, Tostão, Pachequinho, Alex, entre tantos outros, o que prova a grandiosa história do clube.
Mas voltando ao assunto do dia de ontem, a demissão de Geninho mostrou o quão perdida está à diretoria atleticana, que demitiu um treinador que apesar de ser considerado ultrapassado, vinha com um rendimento de 83% a frente da equipe.
A demissão de Geninho está correta, mas não da forma que foi conduzida.
A justificativa para a correta demissão de Geninho baseia-se no fato de ser um técnico ultrapassado, que se apega as glórias do passado para continuar treinando o time.
A contratação de Adilson Batista, um técnico que emergente no cenário nacional, apesar de ter sido demitido do Corinthians e Santos seus últimos dois clubes, mostra que o clube já está pensando em não ser rebaixado no campeonato brasileiro.
Porém a forma em que foi realizada mostra a injustiça que assombra o mundo do futebol, onde diretores, treinadores e jogadores se preocupam apenas com seu presente, esquecendo-se do passado e principalmente do futuro.
A maneira de conduzir este processo demissional só prejudica os dois vilões da história, o presidente atleticano Marcos Malucelli e o técnico Adilson Batista.
O primeiro por ser totalmente passional na condução do processo, e o segundo por ser totalmente antiético com seu colega de profissão, principalmente por estar tratando de sua contratação antes mesmo de Geninho ser demitido.
Situações assim pegam muito mal no mundo de futebol, tanto para o Atlético, que terá dificuldades futuras em contratar técnicos e jogadores, vide o caso recente de Pierre, como para Adilson Batista que ficará mal visto junto a sua classe.
Onde estariam os princípios morais de um presidente que diz que seu clube está há 10 anos a frente de seu maior rival, mesmo que os resultados dentro de campo provem o contrário?
E o facão continua pelo lado da Baixada, com o anúncio das dispensas dos volantes Alê, Vitor e Claiton.
A dispensa de Vitor causa surpresa, por ser o volante que vinha melhor se apresentando quando escalado, mesmo que tenha recebido poucas chances.
Já Claiton, há tempos vinha tendo sua liderança questionada no grupo de jogadores, porém teve sua atuação contra o Paraná Clube elogiada e apontada como um dos principais fatores para a vitória do time.
As dispensas seriam medidas ainda do passional presidente, ou já seriam reflexos do novo treinador?
Madson e Guerron que se cuidem, pois a guilhotina pode passar perto de seus pescoços.
Enquanto isso pelos lados do Alto da Glória, a paz reina, provando que o trabalho racional vem sendo muito bem planejado e executado.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
rhonorio@twitter.com
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