Falando de Bola
Hoje o Falando de Bola deixa o futebol um pouco de lado, não totalmente, mas abre espaço para falar sobre outros assuntos que envolvem o nosso cotidiano.
Diz um conhecido ditado, que futebol, política e religião não se discute.
Falar sobre assuntos que fazem parte de nossas vidas anda cada vez mais complicado, principalmente no que se refere aos três citados. As pessoas andam cada vez mais intolerantes, e emitir sua opinião faz de você praticamente um criminoso para alguns.
Escrevo no futebol no COXAnautas há mais de dez anos. Fui o primeiro colunista a ser colocado como Blogueiro, quando o site virou um portal de notícias sobre o Coritiba.
Desde 2005, muitas vezes é preciso ter muita paciência para ler os comentários que são escritos após cada coluna postada.
Se escrevo um texto elogiando, se bem que isso anda muito difícil ultimamente, me taxam de puxa-saco da diretoria, aliás isso foi muito constante na gestão passada. Se critico, me atacam dizendo que sou "viúva" da diretoria anterior. E se permaneço neutro, sou cobrado por não atacar ou defender o momento atual do clube.
Se critico o time neste momento sou atacado por acharem que tenho que apoiar enquanto houver chances matemáticas de permanência na primeira divisão, mas se apoio, também sou atacado pelo tão falado apoio incondicional.
Aí parto para a política. Confesso que não gosto deste assunto, mesmo que já tenha escrito sobre a política brasileira aqui neste mesmo Blog.
Escrever sobre política, principalmente quando se vê tanta corrupção neste país, é um assunto não só "maçante", como triste. Sim, é triste escrever sobre corrupção quando se vê a população sem o condições básicas para viver, como saúde, educação e segurança.
Mas mesmo assim, as vezes emito as minhas opiniões.
Se defendo o governo, sou severamente atacado pelos "coxinhas". Se critico a gestão da presidente Dilma, os "petistas radicais" tentam defender os seus governantes de qualquer maneira.
Esquecem todos eles, esquerda ou direita, que todos os políticos brasileiros, situação ou oposição, com raríssimas exceções, sempre estão legislando em causa própria, enchendo os seus bolsos, enquanto a população em geral vai se endividando cada vez mais.
Sou daqueles que acham que nem tudo está perdido, assim como também acho que tem muita coisa errada neste governo, mas nem todo mundo respeita uma opinião isenta, que não pende nem para um lado, muito menos para o outro.
Sobre religião não escrevo, até porque acho que cada um tem a sua, e isso precisa ser respeitado.
Mas quando digo que sou espírita, muitos me olham de canto de olho, já pensando: "Macumbeiro", olhando com olhos recriminadores.
Mas esquecem os católicos ou evangélicos, que o espiritismo tem como base a caridade, coisa que muitos deles deixam de fazer, ou então se aproveitam da fé de outros para fazer a caridade em causa própria.
Aí vemos o que acontece diariamente no Oriente Médio, podemos citar os fanáticos do Estado Islâmico, com assassinatos bárbaros em massa, inclusive de crianças, e percebemos o quanto o termo "Religião" deveria ser abolido da face da Terra.
Que Deus é esse, que para alguns incentiva assassinatos em prol de uma causa religiosa? Só a cabeça de lunáticos sem coração para acreditar nisso.
Percebo então, que falar ou conversar sobre estes três assuntos anda cada vez mais difícil em um mundo cada vez mais povoado de pessoas intolerantes.
Chego a conclusão que o melhor mesmo é falar sobre música e cinema, duas de minhas paixões, mas daqui a pouco virão os fãs do sertanejo universitário "meter o pau" no beatlemaníaco aqui, ou então os fãs do Spielberg e dos "Blockbusters" de Hollywood virão criticar os filmes do Coppola, do Tarantino, do Fellini, do Oliver Stone, entre outros grandes cineastas.
Na verdade, acho que o melhor a fazer é ficar em silêncio mesmo!
Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.
Oscar Wilde
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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