Falando de Bola
"A soma de barulho que uma pessoa pode suportar está na razão inversa de sua capacidade mental." Schopenhauer
Recentemente uma matéria do globoesporte.com mostrou que o Coritiba perdeu 23 dos 36 pontos disputados para equipes que estão abaixo do clube alviverde na tabela de classificação e que hoje são adversários diretos para escapar da segunda divisão, com exceção do Náutico, clube já matematicamente rebaixado.
Por outro lado, quando o Coritiba enfrentou times considerados mais fortes e que estão na parte de cima da tabela (vamos pegar por base os times que estão até o 10º lugar), o Alviverde ganhou 25 pontos dos 48 disputados, perdendo os mesmos 23 pontos em relação aos jogos contra as equipes menores.
O interessante destes números é que em confrontos contra as equipes consideradas mais fortes dentro deste campeonato o Coritiba conseguiu 47,92% do total de pontos, enquanto que contra as equipes que estão do 14º lugar para baixo, a equipe alviverde conseguiu apenas 26,12%.
A fraca campanha fora de casa tem sido a tônica do Coritiba nos últimos anos, mas neste ano, em particular, duas novas facetas têm sido mostradas:
A primeira é a “Síndrome de Robin Hood”, ou seja, ganhar dos fortes para doar aos fracos.
E a segunda é o fato do time Coxa-Branca ter desperdiçado, dentro do Couto Pereira, pontos para equipes tecnicamente inferiores, como Bahia e Portuguesa, fato que não vinha acontecendo nos últimos anos.
Mas porque isso tem acontecido?
Racionalmente falando, quando se obtém sucesso, pelo menos dentro de casa, contra as grandes potências do futebol brasileiro, a probabilidade de ficar entre os primeiros colocados do campeonato é muito grande. Mas para que isso aconteça é necessário que o clube faça o dever de casa e “passe por cima” dos adversários de menor expressão, além de tentar somar o maior número de pontos possíveis quando enfrentar estes adversários em seus domínios.
Mas não foi isso que vimos neste campeonato, e qual a principal causa para o baixo aproveitamento?
O primeiro fato que deve ser atacado é que não se pode falar em deficiência técnica, pois um time que ganha em seguida e com autoridade de Cruzeiro e Grêmio não pode ser descartado por ser considerado frágil tecnicamente.
Também não podemos colocar na conta dos desfalques que o time teve, pois esta seria uma desculpa muito simplista, já que o elenco do Coritiba, mesmo desfalcado, é muito superior ao de Náutico, Ponte Preta e Criciúma, por exemplos, equipes que venceram o Coritiba em seus domínios.
Mas porque então este Coritiba, após duas grandes vitórias, consegue ser derrotado, jogando de forma apática, pelo fraco time do Vasco da Gama, que se encontra entre os times que hoje seriam rebaixados?
Além disso, as más atuações fora de casa agora não são mais exceções, pois atuações pífias contra Portuguesa, Vitória, Bahia, Goiás e Flamengo, dentro do Couto Pereira mostraram um Coritiba muito diferente do que a torcida vinha acostumada.
Vários fatores podem ser apontados para o fraco desempenho do Coritiba. Uma delas pode ser a falta de motivação dos atletas em jogos contra equipes de menor expressão.
Ou talvez a falta de concentração em jogos que os atletas consideravam como partidas mais fáceis. Ou ainda a falta de responsabilidade nestas partidas, achando que podem resolver o jogo a qualquer momento, e quando percebem, o tempo regulamentar já passou e a partida que era considerada ganha acaba em um empate ou derrota que se mostra muito prejudicial dentro do campeonato.
Talvez esteja aí o que o craque Alex falou no começo do campeonato, que o Coritiba tinha um elenco mentalmente fraco.
E times com jogadores mentalmente frágeis dificilmente conseguem se sustentar na ponta da tabela por muito tempo, a não ser que haja muita superação, o que infelizmente não foi visto em vários jogos.
O fato é que enquanto isso acontecer, o Coritiba dificilmente voltará a ser campeão de um torneio nacional.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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