Falando de Bola
Muito se comenta sobre a necessidade do Coritiba contratar reforços para o restante da competição.
Aqui no Blog Falando de Bola, já citei várias vezes a necessidade de reforços e também a morosidade e falta de conhecimento futebolístico da diretoria.
A falta de conhecimento de futebol eu ainda continuo afirmando que existiu, mas deve ter diminuído com a troca de Homero Halila por João Carlos Vialle, apesar de que eu ache que Vialle não é um exímio conhecedor do mercado de jogadores, mas sim um diretor de futebol com pulso firme e que sabe lidar com boleiros.
Mas em relação à morosidade eu já começo a pensar diferente, pois mesmo que a diretoria tenha demorado em contratar reforços, é inegável que hoje em dia é mais difícil contratar jogadores que antigamente, mesmo quando os clubes eram os detentores dos passes dos jogadores.
A Lei Pelé tirou totalmente o poder dos clubes, fazendo que jogadores possam sair livres ao final de seus contratos, e isso fez com que as negociações passassem a ficar mais difíceis, em função principalmente dos “famigerados” empresários, que passam a fazer leilões por suas “mercadorias”, elevando assustadoramente o preço dos salários, luvas e comissões.
O exemplo mais crasso atualmente está localizado na provável saída do meia-atacante Edno da Portuguesa.
Edno, que chegou a jogar no Atlético Paranaense, de onde foi dispensado, não passa de um jogador limitado, mas útil, nada mais do que isso, mas times “ricos” do futebol brasileiro, como o Internacional de Porto Alegre anunciam a desistência em contratar o jogador em razão do alto valor pedido pela Portuguesa e pelo empresário do jogador.
Em relação ao pedido da Portuguesa, nada mais justo, afinal o jogador ainda possui contrato vigente com o clube, mas já em relação ao “absurdo” pedido de seu empresário, prova cada vez mais que os times brasileiros que estão fora do eixo RJ/SP/MG/RS tendem a desaparecer rapidamente ou então se limitar a escapar de rebaixamentos se nada for mudado em relação à maldita Lei Pelé.
Para piorar a situação dos chamados "clubes menores", a diferença entre valores pagos pelo televisionamento a clubes do eixo é extremamente “covarde” em relação à estes “clubes menores”.
Como hoje, boa parte da arrecadação do times do futebol brasileiro vem da televisão, a tendência é que o abismo entre os clubes aumente ainda mais.
Soma-se a tudo isso a falta de bons jogadores disponíveis no mercado atualmente.
Se com isso, já é difícil concorrer com os clubes maiores em relação à contratação de um jogador limitado como Edno, como lutar então contra a forte concorrência para contratar um Ricardinho, ou então, segurar suas principais revelações da base contra o assédio dos maiores clubes brasileiros e de técnicos que fazem várias promessas como Vanderlei Luxemburgo?
Em razão desta situação a solução é fortalecer cada vez mais as categorias de base, fazendo assim com que o clube tenha enorme lucro nas negociações de seus jogadores.
Acompanhando as enormes dificuldades financeiras de vários clubes brasileiros, o que o ex-jogador Pelé deve estar achando atualmente de seu período na política brasileira?
Como diria o craque Romário:
Pelé de boca fechada é um poeta!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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