Falando de Bola
Diferente do que escreveu o colega Elizeu em um post recente, acho que o real caminho para uma boa campanha no Campeonato Brasileiro é a regularidade.
É lógico que em competições como a Copa do Brasil e a Sulamericana é importante também manter certa regularidade, mas são torneios de tiro curto, onde acho certa a tática utilizada por Marcelo Oliveira, quando este tenta, quando o primeiro jogo é fora de casa, entrar com uma equipe mais cautelosa, de forma a decidir os jogos dentro de casa.
Às vezes a vantagem construída pelo adversário, como nas finais contra Vasco e Palmeiras, não é revertida, mas o fator arbitragem, e não podemos nos cegar para este fato, colaboraram para a perda das duas decisões.
Como isso já é um fato que ficou no passado, voltamos a tratar do Campeonato Brasileiro.
O Campeonato Brasileiro por ser uma competição longa, é um torneio de altos e baixos, onde o time que consegue manter uma regularidade por maior tempo tem mais chances de fazer uma grande campanha, conquistando o título, ou no mínimo, uma vaga na Taça Libertadores.
E geralmente os times que tem mais condições de fazer isso são os que possuem os elencos mais bem encorpados, homogêneos e que estejam em sintonia com as pretensões de sua equipe. Ou seja, não basta só qualidade, mas sim compromisso, concentração e boas condições de trabalho.
Com este conjunto de fatores as chances de sucesso são muito grandes.
E teria o Coritiba condições de manter essa regularidade e fazer frente às equipes com maior poder econômico no futebol brasileiro?
Seria muito cômodo tanto para o quadro diretivo do Coritiba, quanto jogadores, comissão técnica e até mesmo os torcedores pautarem a desculpa de um possível fracasso no fato de estarem disputando um campeonato contra equipes de um poder econômico muito maior.
É óbvio que equipes mais “ricas” contratam jogadores mais badalados, teoricamente de qualidade técnica superior, mas isso na prática nem sempre funciona.
Se não houver o compromisso e a concentração, o dinheiro é jogado no ralo. Um exemplo claro é o “atleta” Ronaldinho Gaúcho, que após fracassar no Flamengo, foi reencontrar seu bom futebol no Atlético/MG.
Voltando ao Coritiba, a falta de regularidade vem atrapalhando o time no Campeonato Brasileiro.
O time estava em uma crescente na competição. Vinha de bons jogos no Nordeste, venceu a boa e aguerrida equipe do Grêmio no Alto da Glória, mas quando todos pensavam que o time engrenaria de vez no campeonato nacional, a equipe empacou diante do Fluminense, justamente uma das equipes com um orçamento muito superior ao do Coritiba.
O time até vinha fazendo uma boa partida, mostrando muita segurança defensiva, com o menino Rafael Bonfim atuando com muita segurança, mas um segundo desatenção bastou para o Fluminense abrir o placar e logo em seguida fazer o segundo gol.
E desatenção contra uma equipe qualificada contra o Fluminense, pode ser extremamente fatal.
Faltou concentração ao time neste momento, justamente um dos fatores citados acima e que levam uma equipe ao sucesso neste tipo de competição.
A concentração não se trata apenas de cuidados defensivos, mas também da parte ofensiva de um time.
Jogando muito concentrado, o atleta tem muito mais chances de êxito em uma assistência, um lançamento ou no arremate a gol.
E é justamente isso que está faltando à equipe do Coritiba.
O Coritiba tem um bom elenco e é formado por alguns jogadores de qualidade, mas não possui nenhum jogador acima da média e que possa desequilibrar a partida em seu favor a qualquer momento.
E neste caso, é importantíssimo que a cabeça do atleta esteja focada, altamente concentrada durante a partida. Somente atuando em um nível alto de concentração elevado, o atleta tem condições de se superar e conseqüentemente dar maior qualidade a sua equipe.
Vemos constantemente a equipe Coxa-Branca perdendo excelentes oportunidades de gols justamente pela falta de concentração e também frieza a frente do goleiro adversário.
Sou um dos que ainda acredita no trabalho que vem sendo desenvolvido no Coritiba Foot Ball Club.
Não acho que seja momento para mudança no comando técnico. E a demissão de Jorginho, já mencionado por alguns como um bom técnico para o Coritiba, prova isso.
É preciso sim que Marcelo Oliveira ganhe alguns reforços para qualificar a equipe. Por mais que o mercado esteja complicado, é preciso muito trabalho para encontrar jogadores que possam trazer o “algo mais” ao Coritiba.
Não está fácil, e a competitividade está grande, assim como os valores astronômicos salariais, mas talvez seja o momento de buscar o “nitro” que dará o gás que impulsionará a equipe no restante da competição.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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