Falando de Bola
Na saída de bola da primeira etapa já ficou evidenciado o plano tático do Coritiba na partida contra o Sport. Bola para trás dos atacantes para os defensores.
Não sei o que se passa com o Coritiba quando atua longe do seu domínio. Talvez seja a fraqueza mental, como reiterou diversas vezes o craque Alex, ou talvez, seja a falta de qualidade técnica.
Mas o fato é que desde 2008 o time Alviverde vem sendo o visitante mais desejado pelos adversários, devido tamanha incapacidade de causar problemas quando ao seu oponente.
O time tem uma facilidade incrível para errar passes, levar dribles de maneira infantil e cometer erros primários em sua defesa. E isso mais uma vez fez parte da atuação do Coitiba.
Antes de fazer o gol da vitória, o Sport já tinha tido boas oportunidades para abrir o placar, a maioria das jogadas em deslizes dos jogadores do Coritiba.
No lance do gol, Helder foi driblado facilmente pelo lado esquerdo, denominado “avenida Ivan”, no cruzamento, o lateral Norberto vira o “ cóccix” para a bola facilitando a tarefa do meia Neto Moura, que mesmo furando o chute, conta com o desvio do zagueiro Wellinton, mal posicionado, para marcar o único gol da partida.
Um gol facilitado por vários jogadores do Coritiba, em um lance absolutamente defensável, não pelo goleiro Bruno, sem culpa no gol, mas sim pelo sistema coletivo de zaga.
Alguns podem dizer: Vem o cara que só escreve sobre futebol falar isso, mas só quem está lá dentro é suscetível a esses erros. Tudo bem, está certo, mas os caras treinam todos os dias e reiteradamente vão cometendo erros infantis.
E os erros vão levando o Coritiba, já na terceira rodada a perder dois jogos para adversários teoricamente do mesmo nível, sim é triste dizer, mas hoje o Coritiba está no mesmo nível da Chapecoense, e ficar próximo da zona do rebaixamento.
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O técnico Marquinhos Santos precisa definir de uma vez por todas o sistema tático e a escalação do seu time.
Mas uma coisa é certa, o Coritiba precisa de um jogador rápido e voluntarioso para ser um dos homens de marcação.
Com Helder e João Paulo, jogadores lentos, a marcação na frente da área se torna frouxa, e mesmo contando com o auxílio de Rosinei, o time tem facilitado a vida dos adversários por ali.
No futebol atual se torna imprescindível à escalação de um volante mais pegador e rápido a frente da zaga.
O time já melhorou muito na meia-cancha com as entradas de Thiago Galhardo e Ruy. A equipe voltou a ter criação por ali, o que não acontecia desde a aposentadoria de Alex. Mas ainda apresenta problemas na marcação.
É impossível não ter na base um volante mais pegador do que os que estão atuando.
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Sobre a base, aliás, o que acontece com o Coritiba que só lança jogadores tardiamente?
Seria culpa da torcida que adora queimar os jogadores, como li por aí?
A torcida não tem culpa de nada, e isso não pode servir como desculpa. Se o jogador tem qualidade, veste a camisa sem temer o peso dela e vai para o jogo. E se for bem, terá o apoio total do torcedor Alviverde.
Agora, não há torcedor no mundo, que tenha paciência com reiteradas más atuações.
Enquanto em alguns clubes, como Santos, Sport e Goiás, principalmente, jogadores são lançados com 17, 18 anos, no Coritiba espera-se o processo de “maturação” e o atleta vai pro jogo com aproximadamente 23 anos.
Mas e qual é a motivação de um atleta que com 20 anos já não pode mais jogar partidas oficiais pela equipe Sub 20, é colocado para ficar disputando amistosos pela equipe Sub 23 ou ficar “mofando” no clube, apenas fazendo treinamentos?
O caso mais emblemático é do meia-atacante Luccas Barreto, destaque da base que ascendeu a equipe profissional, mas que até o momento não entrou em campo um minuto sequer.
Enquanto isso, Paulinho, de 20 anos, formado no Grêmio, chegou e já entrou em sua primeira partida.
Por coisas como essa é que no grupo de atletas que foi à Recife, o Coritiba tinha apenas quatro jogadores oriundos da base, com Icaro o mais novo com 21 anos, mas que ainda não foi utilizado.
É impossível ainda, que na base, o Coritiba não tenha um bom lateral esquerdo a sua disposição, e precise ficar improvisando um jogador nesta posição.
O vice presidente de futebol Ernesto Pedroso disse na coletiva do presidente Bacellar que o elenco está com todas as suas peças completas, apesar de falar que o clube ainda busca alguns reforços.
Qual é o conceito para o diretor de "peças completas" quando ele vê o seu treinador precisar improvisar em uma posição, pelo fato do titular não ter um reserva imediato?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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