Falando de Bola
Mais uma temporada se passou e a tônica continuou sendo a mesma dos últimos anos, ou seja, brigar pelo rebaixamento.
No final do campeonato brasileiro, o Coritiba foi "premiado" com o 15º lugar, posição que lhe garantiu mais um ano na Série A.
Em um ano em que o time Alviverde passou praticamente o campeonato inteiro freqüentando a zona do rebaixamento, a dúvida que fica é:
O que esperar do Coritiba em 2016?
A dúvida já começa no comando da equipe. Pachequinho será efetivado ou a diretoria contratará um outro treinador? Mas este é um assunto que ficará para o fim deste post.
Em relação ao time, o Falando de Bola faz uma pequena análise, baseando-se no rendimento de cada setor, indicando, conforme opinião deste Blogueiro, qual os jogadores deveriam permanecer para a próxima temporada.
Goleiros
Não restou dúvidas que Wilson foi uma das poucas contratações acertadas em 2015. Com grande atuações e muita segurança, passou tranqüilidade ao time e ao torcedor, e mesmo na péssima fase da equipe, seu rendimento não caiu. Como tem contrato até o fim da próxima temporada continuará sendo o titular da equipe em 2016.
Seus suplentes devem continuar sendo Bruno, Vaná e William Menezes, porém o ideal era o clube emprestar ao menos um deles, de preferência Vaná, para que William Menezes possa ter mais oportunidades como primeiro suplente.
Lateral Direita
Um dos grandes calcanhares de Aquiles do Coritiba em 2015.
Norberto, o titular da posição no início da temporada, saiu do clube por indisciplina.
Seus substitutos, Ivan e Rodrigo Ramos, não vingaram.
Ivan, se mostrou um lateral de baixa qualidade técnica e física. Em nenhuma partida mostrou ter condições de ser o titular da posição. O jovem Rodrigo Ramos fez uma grande partida contra o Cruzeiro, trazendo a esperança de que o clube tinha encontrado um grande lateral, mas foi só. Nas demais partidas, o jovem lateral não foi bem, o que fez o treinador Ney Franco improvisar o zagueiro Leandro Silva na posição.
Apesar de improvisado, no geral Leandro não comprometeu, apesar de nas últimas partidas, principalmente na seqüência de sete jogos sem vitória, ter tido um péssimo rendimento, se mostrando lento e frágil na marcação.
Como Leandro Silva, além de zagueiro tem o contrato expirado no final deste ano, assim como Ivan que também tem seu vínculo encerrado em 31/12/2015, o Coritiba só conta com Rodrigo Ramos para a posição.
Será necessário a contratação de pelo menos mais um jogador e que venha para assumir a titularidade. Além disso, o time contará com a volta do lateral Reginaldo, que estava emprestado ao ABC de Natal.
Um nome interessante e que pode ser sondado é do lateral-direito Léo, ex-Atlético/PR e que atualmente se encontra na reserva do Internacional.
Lateral Esquerda
Esta posição foi uma das poucas em que o Coritiba não teve maiores problemas na temporada, mesmo quando o titular absoluto Carlinhos se encontrava contundido.
O jovem Henrique ascendeu a equipe principal e foi titular em vários jogos no campeonato brasileiro. Lançado na fogueira, oscilou em suas atuações, mas nada que comprometesse diretamente a equipe.
Quando Carlinhos retornou a equipe, o time cresceu de produção por este lado, apesar do titular da posição não ter mostrado o mesmo desempenho que teve no ano passado. Com contrato até 2017, Carlinhos deverá continuar como titular.
O time ainda pode contar com Juan, que deverá ter seu contrato renovado, para esta posição e deverá ter a volta do jovem Paulo Otávio, que estava emprestado ao Paysandu.
Zagueiros
O ano terminou em alta nesta posição com a segurança demonstrada pelos jovens Wallison Maia e Juninho.
Após um início de ano ruim, com fracas atuações de Luccas Claro e Leandro Almeida, a afirmação da jovem dupla de zaga pode ser considerada o ponto principal da equipe nesta temporada.
O experiente Rafael Marques, com contrato até 2017, deverá continuar e ser uma importante opção para o setor.
Alguns jogadores terão o contrato encerrado como Bonfim, Ednei (que nem entrou em campo com a camisa Alviverde), assim como Leandro Silva, que pode ter seu contrato renovado.
Sobre Luccas Claro, passou da hora do Coritiba ganhar algum dinheiro com este atleta, pois o jogador mostrou estar em um nível abaixo dos novos titulares e do próprio Rafael Marques.
O jovem Fernando Diniz, de grandes atuações na base, poderá ter maiores chances em 2016.
Este poderá ser outro setor que o time não precisa de reforços, reforçando a máxima de que zagueiros bons o Coritiba fabrica em casa.
Volantes
A temporada de 2015, praticamente em sua totalidade, mostrou a falta que fez ao setor defensivo um volante de maior pegada.
Porém, o volante João Paulo, tão criticado durante o transcorrer do ano, se transformou em um dos jogadores mais regulares da equipe, tornando-se o atleta com o maior número de partidas jogadas na temporada.
O jogador não teve um companheiro fixo, pois Cáceres e Alan Santos não conseguiram se firmar na posição. Alan, no final do campeonato brasileiro, se firmou e se tornou uma boa opção para a próxima temporada. Já Cáceres, com limitações físicas, não mostrou o mesmo futebol da época do Vitória.
A falta de regularidade dos dois jogadores, fez com que o treinador Ney Franco optasse até por Lúcio Flávio como segundo volante.
Foram utilizados ainda os volantes Ícaro, Fabrício, Misael e Helder, mas nenhum deles correspondeu as expectativas.
Este é um setor que precisa de reforços, e Anselmo, do Joinville, pode ser uma boa alternativa, assim como o experiente Josué, de saída do Atlético/MG, o jogador Claudinei, do Avaí, o jovem Rodrigo, do Goiás, e Jocinei, do Bragantino.
Meias
A meia-cancha é outro setor que sofreu com a irregularidade de seus jogadores. Ora com três, ora com quatro jogadores, o setor cresceu de produção somente no final do campeonato, principalmente com a subida de rendimento de Juan e a afirmação de Thiago Lopes, jovem valor que mostrou que terá um grande futuro pela frente.
Vários jogadores foram utilizados nesta posição além dos acima citados, como Pedro Ken, Lúcio Flávio, Esquerdinha, Ruy, Thiago Galhardo e Rodolfo, mas nenhum deles mostrou a regularidade esperada.
Pedro Ken já foi embora, e Lúcio Flávio, Rodolfo e Esquerdinha, os dois primeiros com contrato vencendo no final do ano, não deverão ficar.
Já para Ruy e Thiago Galhardo, ambos em que todos depositavam muitas expectativas, o Campeonato Paranaense e a Copa Sul Minas deverão ser decisivos para os seus futuros no clube.
O time deverá ter o retorno do meia Dudu, emprestado ao Criciúma, e Zé Rafael que estava no Londrina. Além disso, poderá aproveitar melhor os jovens Luizinho e Lucas Barreto.
Mesmo assim é um setor que precisa de reforços, e Nadson, bom jogador do Sampaio Correa, e Lele, revelado no Coritiba e atualmente no Santa Cruz e que fez uma grande Série B, podem ser boas alternativas. Outro bom reforço seria Alan Mineiro, do Bragantino, mas este parece estar acertado com o Corinthians.
O colombiano Cárdenas que está saindo do Atlético MG também seria uma excelente opção, porém se trata de um jogador que traria maior investimento financeiro ao Coritiba.
Atacantes
Mais um setor que deixou a desejar e só engrenou com a chegada de Henrique Almeida, o grande nome ofensivo do Coritiba em 2015.
Após um bom campeonato paranaense, todas as expectativas ficaram em Rafhael Lucas, que não confirmou no campeonato brasileiro as boas atuações da competição regional.
Com isso, o Coritiba sofreu muito na primeira metade do campeonato brasileiro. Com a chegada de Henrique Almeida, os gols começaram a sair, foram 12 em 20 jogos, muitos deles extremamente decisivos para a equipe, garantindo os três pontos.
No começo da temporada o ataque era completado com Negueba, que atuava com mais liberdade e ajudava muito na marcação do lateral adversário.
Negueba aliás, merece um capítulo a parte. Eterna promessa no Flamengo, começou muito bem no Coritiba, caindo nas graças da torcida. Teve uma grande queda de rendimento, o que o levou ao banco de reservas. Porém, com a cabeça no lugar, voltar a mostrar um bom futebol e retomou seu lugar no time titular, sendo muito importantes com assistências e taticamente, sendo um dos jogadores que mais se doam em campo.
Foram utilizados também Keirrison, Wellington Paulista, Giva, Wallyson e Mazinho, mas os cinco jogadores pouco renderam e não estão mais no clube.
Para o campeonato brasileiro, foram contratados Henrique Almeida, Kléber, Marcos Aurélio e Michel. Os dois primeiros terminaram a temporada em alta, sendo extremamente importantes na permanência do Coritiba. Já Michel entrou em campo apenas uma vez e não deverá permanecer, assim como Marcos Aurélio que não reeditou as boas atuações de sua passagem anterior no clube Alviverde.
Henrique e Kleber tem seus contratos encerrados no final da temporada.
A permanência do goleador é mais difícil, pois o Botafogo, dono do seu passe, não deverá facilitar a vida do Coritiba nesta negociação. Mas a identificação com a camisa Alviverde e seus gols merecem todos os esforços da diretoria em sua permanência.
Já Kleber, apesar de apenas um gol marcado, também se mostrou muito importante, e parece recuperado dos problemas físicos que tanto atrapalharam sua carreira. Com a camisa do Coritiba não teve problemas, se mostrando distante daquele jogador indisciplinado, conduta comum nos outros clubes em que jogou.
Atualmente para se contratar um jogador deste peso, principalmente meias e atacantes, não está fácil e despende muito dinheiro. Com isso, se mostra interessante renovar com o "Gladiador", desde que o valor assumido seja compatível com os cofres Alviverdes.
O Coritiba utilizou ainda o atacante Paulinho, ex-Londrina, e que não teve grande destaque individual, e alguns atacantes das categorias de base em 2015, como Evandro, Guilherme Parede e Mateus Oliveira.
Evandro foi o maior destaque, marcando gols em seqüência e decisivos, porém caiu de produção e deixou de ser opção na reta final do campeonato brasileiro.
A possibilidade de reforçar o ataque passa muito pela permanência ou não de Henrique Almeida e Kleber. Caso os dois permaneçam, o comando de ataque não precisa ser reforçado, a não ser que o Coritiba opte pela contratação de um atacante de maior estatura, para compor o banco de reservas, para mudar a tática de jogo quando necessário.
Mas se um dos dois, ou até mesmo os dois, não permanecerem, torna-se obrigatória a contratação de um atacante centralizado, e nomes como Joel, atualmente no Cruzeiro, e Alecsandro, que não deverá permanecer no Palmeiras, podem ser boas opções. Outro nome interessante é do jovem atacante Richarlison, do América/MG. Porém, este jogador se valorizou muito, tornando-se alvo de grandes equipes, o que deve dificultar uma negociação.
O clube necessita ainda de mais um atacante de velocidade para a suplência de Negueba, e o ex-paranista Luisinho, que fez um bom campeonato pelo Santa Cruz pode ser uma boa alternativa. Outra boa opção seria Bruno Henrique, atacante do Goiás, mas este se valorizou após um bom campeonato brasileiro e já é visado por grandes equipes.
A excelente e surpreendente campanha de Pachequinho no comando técnico do time trouxe a grande parte da torcida Alviverde a vontade da permanência do ídolo como treinador da equipe.
Na verdade seria a solução mais sensata, assim como o Grêmio fez com o ex-lateral Roger, que fez uma grande campanha em seu primeiro ano como treinador.
Mas ao que parece não é o que pensa a diretoria Alviverde.
Muito tem se especulado, inclusive por setoristas do Coritiba, que Gilson Kleina, cujo último trabalho foi no rebaixado Avaí, será o novo treinador do time Alviverde, e que seus auxiliares seriam Pachequinho e Márcio Goiano.
Não sei o que pensam os responsáveis pelo futebol do Coritiba, apesar de que não dá muito para confiar neles, vide as vinte e sete contratações, além dos três treinadores nesta temporada, mas não dá para negar que as últimas campanhas de Gilson Kleina não o credenciam para ser o técnico do clube Alviverde em 2016.
Talvez o mais correto fosse manter Pachequinho e dar totais condições, bom elenco, para que ele pudesse desenvolver um bom trabalho.
Mas será que Pachequinho gostaria de ser efetivado neste momento?
Mesmo que a resposta seja não, tudo o que a torcida Alviverde não gostaria de ver neste momento, é um técnico que levou o seu time, o Avaí, ao rebaixamento.
Com a palavra a diretoria Alviverde.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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