Falando de Bola
Seguindo sua sina em seu centenário, mais uma derrota, o Coritiba segue com o oitavo jogo sem saber o que é uma vitória.
O texto de hoje não é para falar do que aconteceu dentro de campo em Salvador, mas sim um desabafo sobre tudo o que vem acontecendo no Alto da Glória.
O momento para isso pode não ser propício, já que a comissão técnica e os jogadores precisam do total apoio de seu torcedor para tentar sair desta situação.
Porém as cobranças não podem ser deixadas de lado, o marasmo, tônica desta diretoria, não pode também ser passado para o torcedor, sob a grave pena de conformar-se e ter que assistir um rebaixamento à segunda divisão no final da temporada.
Na lista de discussão do site, firmamos um pacto de fazermos colunas motivacionais, tentando influenciar o torcedor e dar apoio ao time, mas peço licença aos colegas para usar o espaço para fazer mais um desabafo, que deve ser o último, já que daqui em frente o apoio tem que ser total e irrestrito, pelo menos aos jogadores e comissão técnica.
Falta identidade para o time Coxa. O Coritiba sempre teve garotos da base no time titular, o que não vem mais acontecendo.
No jogo contra o Vitória, apenas Pedro Ken (que se mostra louco para ir embora) e Bruno Batata (revelado pelo clube, mas que teve que sair para se destacar) foram formados em casa.
Porém são dois jogadores que não agregam nada tecnicamente ao time atualmente, mostrando que as categorias de base do Coritiba estão enfraquecidas, já que não existe nenhum atleta no momento, capaz de subir e vestir a camisa de titular, fazendo assim com que o Coritiba não dê andamento à tradição de revelar bons jogadores.
A diretoria do “ Projeto Vencer” não revelou nenhum atleta nestes dois anos. As categorias de base, especificamente a última antes do profissional não ganhou nada, e não apresentou um jogador sequer, que pudesse chegar e ser titular absoluto.
Um panorama bem diferente do que propagava Jair Cirino, Tico Fontoura e cia.
Pelo que vejo atualmente, somente o discurso de Nei Franco não será suficiente para o Coritiba sair desta situação.
Acho que o Coritiba precisa muito de se encaixar taticamente dentro do gramado, pois hoje temos um bando e não um time, mas o Coxa precisa também de um discurso enérgico de seu treinador, e que ele saiba separar o joio do trigo dentro do grupo de jogadores.
O discurso de Nei Franco tem que ser extremamente diferente do “papo mole” de Jair Cirino, que vive tentando explicar o inexplicável, tentando ainda com palavras mostrar que sua diretoria faz um bom trabalho, bem diferente do que é visto na prática.
O alto custo da nova comissão técnica, formada por um treinador, dois auxiliares e um preparador físico, terá que dar um retorno imediato.
É notório o fato de que o clube precisa contratar com urgência. O que pode ser caro hoje, com a contratação de jogadores, pode sair muito mais caro amanhã, com um possível rebaixamento, se nenhuma atitude for tomada.
Mas além de haver contratações, é preciso, com urgência, uma lista de dispensas:
As dispensas devem começar fora de campo, com a saída do presidente Cirino ( o explicador de coisas inexplicáveis), Marcos Hauer ( que teve a proeza de conseguir dormir no camarote no primeiro tempo contra o Cruzeiro) e Ricardo Gomide ( que só aparece na hora de apresentar jogadores ou treinador), isso sem falar em outros membros do G9.
Não podemos esquecer também do "conselheiro brincalhão", não sei nem seu nome, que disse que a culpa é da torcida por todos os problemas financeiros do Coritiba, esquecendo os valores pagos ao "gerenciador de crises", táxi vip, flores para a festa, viagem a África, Eternamente 62% Coxa, entre outras coisas babilônicas, que poderiam ser explicadas pelo "explicador de coisas inexplicáveis".
O episódio da saída e depois não saída de Felipe Ximenes, mostra bem a falta de sintonia entre os dirigentes do Coritiba.
Dentro de campo, a limpa precisa ser grande, e deverá começar com: Heffner (não tem condições técnicas para jogar no Coxa), Guaru (horroroso, sem condição alguma de continuar), Rodrigo Pontes (não foi por falta de aviso), Douglas Silva (esse já é ex-jogador), Bruno Batata (não consegue dominar uma bola), Thiago Gentil (se não consegue jogar nem no mistão, manda embora logo e economiza deixando de pagar o seu alto salário), Hugo (que consegue ser reserva do Bruno Batata) e João Henrique (dono da renovação mais inexplicada da história do Coritiba).
Os prata da casa Pedro Ken e o Felipe têm que vender logo e tentar faturar algum dinheiro, nem que sejam migalhas. O japonês, apenas para ilustrar, ainda não definiu que posição joga, pois meia não é, com certeza. Um meia que chega à meia-lua de frente para o gol e toca de lado, em vez de arrematar a gol, não pode ser titular do Coritiba.
Além disso, seus principais companheiros Mancha, Henrique, Keirrison e Marlos, alcançaram vôos maiores, deixando o “japonês” como o único remanescente, o que o deve ter deixado totalmente desmotivado.
Outros atletas precisam ser colocados na parede, casos de Marcio Gabriel, Carlinhos Paraíba e Marcos Aurélio. Ou jogam bola, ou então a comissão técnica os coloca no ostracismo. São jogadores caros e que podem render muito mais do que estão rendendo atualmente.
É duro acreditar que hoje a esperança de algo novo no Brasileirão esteja apenas nos pés de Marcelinho e Ariel, pois isso é tudo o que o Coritiba têm em termos ofensivos.
Para mim a Sul-Americana praticamente acabou. O fato curioso é que a diretoria vangloriou-se da conquista desta vaga, falando que disputaríamos um torneio internacional no ano do centenário, e quando ela começa o Coxa entra com um mistão, sem seu principal jogador, o poupando para tentar tirar o time da zona do rebaixamento.
Isso era o planejamento do Projeto Vencer? Um time que dificilmente passará da fase doméstica no torneio internacional?
Era isso que previa o Projeto Vencer? O que foi vencido?
Apenas um campeonato paranaense 2008.
No ano de seu centenário o clube conseguiu ser humilhado por Engenheiro Beltrão, Irati e J. Malucelli, além de perder para o Paraná Clube e ver o Atlético ser campeão paranaense.
A torcida precisa cobrar, cobrar muito, sair do marasmo que se encontra, antes que seja tarde, e as conseqüências sejam as piores possíveis para o Coritiba.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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