Falando de Bola
Se não bastassem as denuncias de corrupção, envolvendo políticos, empresários, pessoas influentes deste país, que pipocam todo dia debaixo de nossas vistas, convivemos diariamente com problemas nos clubes de futebol, mais precisamente nos “grandes clubes”, como o Flamengo.
O episódio envolvendo Ronaldinho Gaúcho traz à tona aquilo que todo mundo vê, todo mundo sabe, mas todo mundo finge que não existe, ou seja, a falta de seriedade, comprometimento e transparência em alguns clubes de futebol.
Desde a sua milionária contratação, Ronaldinho foi mais visto nas quentes baladas do Rio de Janeiro, sendo mais manchete pelos seus “feitos” fora do gramado do que dentro dele.
Nas quatro linhas, um futebol sem brilho, burocrático, sem gana e sem graça, muito aquém daquele que já foi o melhor jogador do mundo e participou do pentacampeonato mundial da seleção brasileira.
Fora de campo um festival de escândalos, faltas a treinamentos, falta de preparo físico, falta de comprometimento, culminando com um ridículo episódio de seu irmão/empresário Assis que levou, sem pagar, objetos da loja oficial do Flamengo com o pretexto de que já que o clube não paga irmão, posso levar o que quiser daqui sem pagar, como se realmente precisasse, como se o milionário salário de Ronaldinho não fosse suficiente para pagar os “presentes”.
Mas como exigir melhores atuações de Ronaldinho, se o clube não pagava os seus salários?
Como disse uma vez o “filósofo” Vampeta quando atuava pelo Flamengo: Eles fingem que me pagam, eu finjo que jogo.
Esta é a realidade do clube mais popular do Brasil e talvez do mundo, levando aos outros países a nítida falta de seriedade no futebol brasileiro, uma vez que o Flamengo é uma das referências principais quando se fala em futebol neste país.
Não entendo como ainda alguns jogadores, muito deles famosos e de seleção brasileira se propõe a atuar por um clube que não lhes paga salário, não tem estrutura de treinamento, possui dirigentes amadores em seu quadro diretivo e que vive apenas a margem da “marca” Flamengo.
Se o Flamengo fosse um clube europeu, mais precisamente inglês ou italiano, já estaria fadado a disputar campeonatos de divisões menores, como a terceira ou quarta divisão dos campeonatos nacionais, em virtude dos “calotes” dados em atletas ou treinadores.
É fato, que na Itália, por exemplo, de vez em quando surgem notícias de acertos de jogos, suborno, etc, porém isso é fruto da má índole de dirigentes, jogadores e treinadores, dificilmente envolvendo diretamente a instituição, como no caso do Flamengo.
Mas no Brasil, nada acontece, e o “grande” Flamengo continua a contratar Adriano, Ronaldinho, Vagner Love, entre outros “craques”, mesmo devendo valores astronômicos de impostos ao governo, salários a jogadores e treinadores, ações na justiça entre outras dúvidas do clube carioca.
E pior, grandes marcas, como a Olimpikus, ligam a sua marca a instituição Flamengo, pagando valores astronômicos, sem preocupar-se em atribuir a sua imagem a um clube fadado a falência, ao fracasso.
Atualmente está ficando mais evidente que é muito mais vantajoso para um atleta profissional atuar por equipes de menor expressão, mas que pague em dia, que tenha estrutura, que dê boas condições fora de campo para seus atletas.
E no país da impunidade, políticos e empresários corruptos, assassinos, ladrões, dirigentes mal intencionados continuam por aí, agindo livremente e impunes.
Até quando? Não sei, mas acredito que chegará um dia que a justiça neste país será para todos.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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