Falando de Bola
Com a proximidade do início do Brasileirão 2012, muitos torcedores do Coritiba devem estar se perguntando o que esperar do Coxa nesta competição.
A temporada até aqui vem sendo extremamente positiva. Campeão estadual em cima do maior rival, disputando as quartas-de-final da Copa do Brasil, com grandes possibilidades de passar para as semifinais, que levaria o Coritiba a disputar pela quinta vez a semi-final da competição. Apenas duas derrotas na temporada, uma pelo Campeonato Paranaense e outra pela Copa do Brasil, mas que não impediram que o Coritiba triunfasse em ambas as competições.
Só estes fatores já seriam suficientes para credenciar o Coritiba a disputar o alto da tabela do Campeonato Brasileiro?
É fato que o Coritiba tem um time em condições de fazer uma boa campanha, tem uma comissão técnica competente, um elenco com boas opções e um total respaldo fora de campo que garantem aos jogadores tranqüilidade para desenvolver seu trabalho da melhor forma possível.
Tem ainda a força da torcida Coxa, que dentro de casa, tem sempre empurrado o time “em busca da vitória”.
Mas será que estes fatores também seriam suficientes para que o Coritiba disputasse algo mais nesta competição?
Acredito que não.
O Brasileirão é considerado o Campeonato mais difícil do mundo. Diferente do que observamos nos campeonatos europeus, no Brasil sempre tem no mínimo de cinco a seis times disputando em iguais condições a ponta da tabela.
Alguns times, como Santos, Fluminense, São Paulo, Corinthians e Internacional já iniciam a disputa como favoritos. Outras equipes como Grêmio, Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Vasco da Gama, Atlético MG e Cruzeiro, apesar de estarem tecnicamente abaixo dos cinco favoritos, são equipes de tradição e de quem sempre se espera um algo mais.
Percebe-se então que já teoricamente já teríamos doze grandes equipes que o Coritiba teria que superar se quisesse, no mínimo, chegar a Taça Libertadores.
É óbvio que dificilmente todas as equipes citadas farão uma grande campanha, principalmente Cruzeiro, Atlético/MG, Palmeiras e Botafogo, que nos últimos campeonatos brasileiros não tem conseguido uma posição de destaque.
Porém ainda assim, o Coritiba tem tarefas dificílimas pela frente e para que possa superar, ao menos algumas destas equipes, é preciso que o time esteja mais reforçado do que este que iniciou a temporada e que já trouxe o tri-campeonato estadual.
Elenco e reforços
Diferente de anos anteriores, o técnico Alviverde tem boas opções para montar sua equipe titular, mesmo que ainda apareçam algumas carências no elenco.
Se antes a principal preocupação da torcida era com a posição de segundo-volante, carente desde a saída de Léo Gago, as atenções agora se voltam para o ataque, principalmente após a fraca atuação contra o Vitória.
A diretoria vem anunciando que vem trabalhando para suprir a carência do elenco e alguns nomes vêm sendo ventilados com mais força, como os meias Paulo Rosales, do Union Santa Fé da Argentina e Robinho, do Avaí, e do atacante Gilberto, que está no Internacional.
São três jogadores muito interessantes e que podem ser extremamente úteis neste campeonato. Rosales e Gilberto chegariam e poderiam pegar a camisa de titular, já Robinho, um meia-atacante rápido e insinuante seria uma boa opção dentro do numeroso elenco Alviverde.
Mesmo com a possível chegada destes três bons nomes, ainda seria necessária a contratação de um lateral-esquerdo para disputar posição com o regular Lucas Mendes, já que Eltinho não tem feito boas atuações.
Nas demais posições o Coritiba tem boas opções, principalmente para a meia-cancha, setor fundamental para uma equipe de futebol.
É importante lembrar que o Coritiba ainda tem o centroavante Keirrison, que está em recuperação e deverá voltar em julho. Mesmo sabendo que será temerário apostar todas as fichas neste momento no K9, é impossível não transferir a este atleta uma enorme expectativa de sucesso em seu retorno ao clube que o revelou para o futebol brasileiro.
Mas enquanto isso não acontece, a possível chegada de Gilberto, atleta que tem características parecidas, porém sem a mesma frieza dentro da área, poderá suprir muito a lacuna que Marcel, Aquino e Caio Vinicius não conseguiram preencher no ataque Alviverde.
A torcida estará atenta, pois novidades em relação a contratações deverão ser anunciadas nos próximos dias.
Esquema tático
Muito tem se falado a respeito da tática que Marcelo Oliveira tem adotado a frente do Coritiba.
Para muitos, extremamente ofensivo dentro de casa e defensivo quando atua fora do Couto Pereira. Para outros, o treinador tem trabalhado certo de forma a equilibrar da melhor maneira a postura tática do time dentro de campo.
Mas o fato é que o Campeonato Brasileiro é uma competição muito mais difícil do que o campeonato regional, e enfrenta-se equipes de maior qualidade, tanto tática quanto tecnicamente.
E talvez esteja aí o fundamento para a contratação de três volantes nos últimos dias, e o esquema tático utilizado na partida em Salvador.
Entrar aberto para enfrentar equipes como Santos, Fluminense e Inter é utilizar uma tática extremamente “kamikaze”. Dificilmente o Coritiba deixaria de ser derrotado por essas equipes, caso entre escalado de maneira totalmente ofensiva.
Não se trata de retrancar a equipe ao escalá-la com três volantes, mas sim armar taticamente de uma maneira que consiga preencher os espaços na meia-cancha, evitando assim que estes times, que possuem atletas habilidosos neste setor consigam armar as jogadas de ataque para atacantes como Neymar, Borges, Fred, Rafael Sóbis, Dagoberto, Leandro Damião, entre outros.
Dentro de casa, quando deverá tomar a iniciativa da partida, Marcelo Oliveira poderá escalar a equipe de maneira mais ofensiva, porém nas partidas fora de casa a tendência é realmente por uma escalação mais cautelosa, mas que não deixe de atacar como foi visto na ultima partida da Copa do Brasil.
E com isso o Coritiba, terá totais condições de fazer uma excelente campanha no Campeonato Brasileiro e quem sabe aspirar muito mais do que simplesmente uma vaga na Copa Sul-Americana.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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