Falando de Bola
O silêncio e o marasmo ao que parecem são duas características do futebol moderno.
Antigamente quando um time tradicional do futebol brasileiro ia muito mal em uma competição, atitudes eram tomadas de imediato. Diretor de futebol mandado embora, comissão técnica trocada, jogadores afastados, enfim o presidente vinha a público para dar uma satisfação ao seu torcedor.
O torcedor por mais que não estivesse satisfeito com a campanha de seu time, era “confortado” pelas palavras de seu mandatário, que prometia tirar seu clube daquela situação com mudanças imediatas.
Mas o futebol de hoje se assemelha cada vez mais a política, ou melhor, politicagem que é característica peculiar deste país.
Todos erram, persistem no erro, mas ninguém assume seus erros, se encolhem em sua insignificância e no “poder” de seus cargos, como se fossem pessoas acima do bem e do mal.
E pior, são cobrados apenas por palavras de torcedores insatisfeitos, mas que lhes entram por um ouvido e saem pelo outro sem causar nenhum reflexo ou que lhe traga a sensação de que algo deva mudar.
O torcedor sempre escuta a mesma coisa, trabalho, estamos trabalhando, vamos trabalhar mais para sair desta situação, mas no fundo isso soa como um mantra de desculpas, pois nunca admitirão erros cometidos e que ocasionaram a trágica situação atual.
O Coritiba parece abandonado, mesmo que internamente tenha pessoas trabalhando, olha o mantra aí de novo, para tirar o clube desta situação. Nenhum diretor, superintendente, gerente, quem quer que seja vem a público dar alguma satisfação a seu torcedor.
Parecem todos resignados com a situação atual e sabedores que não possuem a mínima competência para tirar o clube desta situação. Com isso, aderem ao silêncio, pois já não existem mais desculpas para justificar a ridícula temporada que o Coritiba vem fazendo.
Por mais difícil que o mercado esteja, por mais complicada que seja a situação financeira do Coritiba, é preciso, no momento, muito mais do que apenas trabalhar, olha a palavra mágica aí novamente.
O único que ainda tenta justificar alguma coisa é o técnico Celso Roth, sempre argumentando que o time está trabalhando, ops, mais uma vez, para tentar sair desta situação.
Pobre Roth, técnico que expõe a sua “cara a tapa”, que em seu íntimo deve ter a vontade de colocar a boca no trombone e dizer que o time que lhe foi entregue não passa de um bando de jogadores descompromissados, fracos tecnicamente e sem nenhum poder de reação.
Um time que trabalha, trabalha, Aff, quanto trabalho, mas que perde as partidas por levar gols em falhas seguidas, não é apenas azarado, mas sim ruim, fraco, pois erros acontecem às vezes por desatenção, mas quando eles se repetem constantemente é porque a falha já deixou de ser por desatenção faz tempo, chegando a conclusão que o que impera mesmo é a ruindade.
É óbvio que às vezes é preciso trabalhar em silencio, e só isso justificaria o clima de casa abandonada no Coritiba, mas no momento a torcida Alviverde precisa de uma satisfação.
Se diretores não estão nem conseguindo trazer reforços, então que sejam trocados por outros, que tenham criatividade para buscar atletas nem que sejam no Afeganistão. Se os atletas “experientes” não conseguem dar uma vitória para o clube em oito rodadas, que se dê chance aos garotos formados na base. Pois qualidade por qualidade, tenho certeza que os garotos ao menos mostrariam muita mais disposição.
E no marasmo, silêncio, escassez de bons jogadores do futebol moderno, a vontade às vezes pode ganhar uma partida.
Tenho a mais absoluta certeza que um trabalhador brasileiro, que errasse continuamente na empresa em que labora, viesse com a desculpa que está trabalhando, trabalhando, mas mesmo assim as metas não são batidas, seria despedido de imediato, para que outro pudesse ser contratado e tivesse a chance de fazer melhor. E existem milhares de pessoas apenas esperando uma oportunidade para fazer o algo a mais.
Mas e na casa abandonada denominada Coritiba Foot Ball Club, o que acontece?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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