Falando de Bola
Finalmente o Coritiba que a torcida gosta de ver entrou em campo nesta temporada.
A goleada de 4x1 sobre o Vitória e conseqüentemente a passagem para as semifinais da Copa do Brasil trouxeram um sorriso no rosto do torcedor Alviverde que saiu do Couto Pereira confiante que o Coritiba poderá passar pelo São Paulo, chegando a final da competição pelo segundo ano consecutivo.
Dentro de campo, um susto quando Marquinhos abriu o placar para o Vitória. Falha da zaga que não impediu que o atacante baiano se antecipasse e abrisse o marcador.
O gol baiano teria tudo para desestabilizar o time, pois a torcida começava a mostrar sinais de impaciência, mas em um perfeito cruzamento de Ayrton, Everton Costa subiu mais alto que a zaga baiana, e olhe que o jogo aéreo era o ponto forte deles, e empatou a partida logo em seguida ao gol tomado.
O gol de empate incendiou o Couto Pereira, e Sérgio Manoel em uma excelente roubada de bola, aliás, que atuação deste atleta, deu um primoroso passe para Everton Ribeiro, que ao puxar a bola para seu pé esquerdo levou um “rapa” do zagueiro adversário sofrendo pênalti. Bola num canto, goleiro no outro e o Coritiba virava a partida.
Sobre este lance cabe destacar a frieza de Everton Ribeiro quando recebeu a bola. Ela caiu em seu pé direito, com um zagueiro a marcá-lo. Um “cabeça de bagre” qualquer chutaria a bola de qualquer jeito, mesmo não estando em seu pé bom. Mas o craque Alviverde preferiu arriscar, como só os craques fazem. Puxou a bola para o pé bom, e não restou outra alternativa ao zagueiro a não ser cometer o pênalti. Com extrema categoria Everton Ribeiro converteu a penalidade máxima.
O primeiro tempo estava acabado, com o Coritiba virando uma partida que estava se mostrando extremamente complicada.
Veio o segundo tempo e com ele uma excelente alteração de Marcelo Oliveira. Lincoln no lugar de Renan Oliveira que fazia, mais uma, partida apagada.
A opção por manter Lincoln no banco deve-se as condições físicas do jogador, que já tinha atuado os noventa minutos contra o Internacional e não teria gás para agüentar o jogo inteiro contra o Vitória
E a opção de Marcelo Oliveira, por mais que fosse contestada por alguns torcedores atrás de seu banco de reservas, e como são chatos, imediatistas e intolerantes estes torcedores, mostrou-se extremamente eficiente, pois Lincoln entrou com muito gás contra uma equipe desgastada e que teria que correr atrás para empatar a partida.
Com Lincoln em campo, o time Alviverde melhorou o toque de bola e passou a girar mais o jogo.
Ayrton começava a aparecer em avanços pela direita, Junior Urso e Sérgio Manoel, dois leões, tomavam conta da meia-cancha, Everton Ribeiro e Lincoln davam a qualidade no toque de bola, e Everton Costa e Roberto brigavam muito no ataque.
E o terceiro gol não demorou a sair. Roubada de Sérgio Manoel, passe para Everton Ribeiro que lança Lincoln que inverte o jogo e dá uma assistência primorosa para Roberto que conclui com extrema frieza e categoria, marcando o terceiro gol Alviverde.
A torcida ia ao delírio com o bom futebol da segunda etapa, que trazia esperanças de um futuro glorioso para o Coritiba nesta temporada.
O Vitória tentava ameaçar, mas sem perigo. No máximo, duas cobranças de faltas que foram marcadas praticamente na meia-lua Alviverde.
O Coritiba continuava em cima, tendo dois gols anulados, um deles erroneamente.
E o golpe final foi dado em uma linda jogada. Mais uma troca de passes, bola de pé em pé, a torcida gritando olé, passe de calcanhar, chegada de Ayrton, como há muito não se via em um lateral-direito do Coritiba, chute forte e no rebote do goleiro, o oportunista Everton Costa apareceu como um legítimo centroavante para dar números finais ao placar.
Um lindo gol para coroar uma noite de grande futebol que garantiu a classificação do Coritiba para as semi-finais e que deu esperanças a torcida que o Coritiba de ontem tem todas as condições de passar pelo São Paulo de Luis Fabiano, Lucas e Jádson.
Vários foram os destaques na noite de ontem, mas dois nomes precisam ser louvados: Junior Urso e Sérgio Manoel.
Tomaram conta da meia-cancha, com vários desarmes, bons passes, controle total na marcação ao adversário e início de contra-ataques, que culminaram em dois dos quatro gols do Coritiba.
A atuação destes atletas na noite de ontem prova que toda análise pode ser precipitada desde que não se espere um mínimo de jogos para avaliar um jogador.
Vários fatores devem ser levados em conta quando se analisa um atleta e não somente ter uma posição final por suas atuações em dois ou três jogos.
Sérgio Manoel é o maior exemplo disso. Para muitos o jogador era mais um dos que não servia para o Coritiba, mesmo que tivesse atuado em apenas três partidas, das quais em apenas uma foi titular.
Mas pelo futebol que mostrou hoje, de muita marcação, qualidade na transição do meio para o ataque e chega com força na frente, tem tudo para ser o tão esperado segundo volante que a equipe do Coritiba tanto sente falta desde a saída de Léo Gago.
A diferença é que Léo Gago era mais eficiente nos lançamentos, já o novo volante Alviverde tem no carregamento de bola sua grande qualidade.
Fica aqui dois registros:
Neto Baiano, o artilheiro do Brasil na temporada, não marcou nenhum gol na defesa Coxa
O Coritiba de Marcelo Oliveira ainda não perdeu nenhuma partida por mais de dois gols de diferença.
Como a próxima partida da Copa do Brasil deverá ser marcada para 13 de junho, o Coritiba terá a oportunidade de recuperar jogadores importantes como Jonas, Rafael Silva, Geraldo, Rafinha e Tcheco e ir mais forte ainda para cima do São Paulo.
Agora o negócio é voltar as atenções para o Campeonato Brasileiro e para o dificil confronto contra o Botafogo. Hora de começar a pontuar, de preferência com os três pontos.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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