Falando de Bola
É nas horas de crise que um líder se faz presente.
Em menos de uma semana, duas ações do principal líder da equipe Coxa-Branca denotam o caminho que o Coritiba deve seguir de agora em diante na temporada.
Primeiro o emblemático abraço em Marquinhos Santos, dentro de campo, após a marcação do gol da vitória, mostrando publicamente o apoio ao treinador, que vinha tendo sua saída pedida em coro pela torcida organizada.
Ali, ficava claro que o treinador Coxa-Branca tinha o apoio do principal jogador do time, fato reafirmado na entrevista coletiva após a partida.
Segundo fato que chamou a atenção foi à reunião a portas fechadas entre os atletas antes do treinamento da terça-feira.
Longe de querer adivinhar o que foi conversado neste papo, mas se pode imaginar que o principal líder do elenco reafirmou o apoio ao treinador, pedindo que os outros atletas encampem a mesma filosofia e tenham conhecimento real de sua responsabilidade individual dentro do Projeto Alviverde.
Para o sucesso do Coritiba nesta temporada é muito importante que todos os atletas estejam conscientes não só de suas responsabilidades, como também colocar em prática tudo aquilo que é repassado pelo comando técnico, mesclando motivação, força, concentração, vontade, gana de vencer, entre outros fatores fundamentais para uma equipe que deseje chegar às conquistas.
Não descartando alguns equívocos por parte do comando técnico, mas o fato é que a pífia campanha do Coritiba no segundo turno é oriunda principalmente da falta de concentração e talvez a falta de compromisso de alguns jogadores.
Por mais limitados tecnicamente que alguns jogadores do elenco Alviverde sejam realmente, não existe explicações plausíveis para empates contra Operário, Paranavaí e Nacional, além da derrota para o fraco time do Paraná Clube, que não sejam os motivos elencados em cima.
É notório o baixo rendimento do Coritiba na temporada. Está visível que o time ainda não engrenou, mas publicamente pedir a saída do treinador mostra-se um exagero ou até mesmo uma precipitação por parte da torcida.
Aliás, o coro de “fora Marquinhos” ouvido no Couto Pereira não deixa claro se é um desejo da torcida Coxa-Branca como um todo, ou da torcida organizada, ou até mesmo do responsável por puxar os coros da torcida, e o resto dos membros foram no embalo, criando um clima hostil há muito tempo não visto pelos lados do Alto da Glória.
Se o principal jogador do time publicamente reconhece a competência do treinador, como que nós leigos, que não acompanhamos diariamente o trabalho desenvolvido podemos pedir a saída de um profissional pelo qual só avaliamos por noventa minutos em cada partida?
Como pedir a saída de um treinador que já colocou a sua equipe na final do campeonato, apenas pelo fato de ter tido uma derrota e dois empates em sequência?
Como pedir a saída de um treinador que ainda não conseguiu colcoar em campo sua equipe titular, que conta com vários jogadores contundidos e que não conseguiu repetir a escalação de seu time por duas rodadas seguidas?
As palavras de Alex foram muito importantes e principalmente inteligentes, pois foram claras no sentido de que o treinador tem trabalhado de todas as formas para que o time possa desenvolver seu melhor futebol, trabalhando incessantemente em busca do time ideal, deixando claro que ele próprio e seus companheiros precisam assumir as suas responsabilidades dentro deste processo.
Faz parte da cultura do futebol brasileiro a “fritura” do treinador, mas muitas vezes não se percebe que as peças de engrenagem não estão rendendo o esperado, e isso faz com que a “bomba” sempre estoure na mão do comandante.
O Coritiba tem um bom grupo de jogadores sim, apesar de parte da torcida achar o contrário. É óbvio que existem carências, como em todos os times, e que poderão ser sanadas para o Campeonato Brasileiro. Para o fraco nível do Campeonato Paranaense o grupo formado pelo Coritiba tem totais condições de ser campeão, mas se mantiver o foco.
E o foco neste momento não deve ser as baladas, os churrascos, a cerveja, os cabelos “esquisitamente” arrumados e alguns de péssimo gosto, os enormes cordões no pescoço, entre outras “vaidades” que norteiam o mundo dos boleiros.
O foco deve ser única e exclusivamente em transformar este grupo de jogadores em um time forte, imbatível, ser campeão paranaense e chegar forte nas próximas competições.
E isto não depende somente do técnico, mas principalmente dos próprios atletas.
O experiente, consagrado e vencedor líder deu recado. Os fortes o seguirão. Os fracos ficarão pelo caminho.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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