Falando de Bola
E hoje o Coritiba joga na longínqua Marabá, no estado do Pará, para enfrentar um Paysandu praticamente desfigurado e com um treinador interino.
O time Alviverde não deverá sofrer grandes problemas neste jogo, e existe o técnico Celso Roth sinaliza com a possibilidade de mudança e esquema tático e ainda a possibilidade de poupar alguns jogadores como Germano e Dener.
Passando pelo Paysandu, o Coritiba entrará no grupo B do sorteio para as oitavas de final, onde estarão teoricamente os clubes mais fracos e enfrentará um oponente do Grupo A, montado por equipes que disputaram a Libertadores de 2014 e complementado por equipes que possuem melhor colocação no ranking nacional.
Avançando as oitavas de final, o Coritiba ainda deixa de lado as chances de disputar a Sulamericana, que além de trazer mais visibilidade, traria também uma grande possibilidade de êxito, uma vez que pelo chaveamento, o time Alviverde passando de fases apenas enfrentaria um time de tradição como Boca Juniors ou River Plate nas semi-finais.
Mas infelizmente é só no Brasil que se vêem absurdos como ter que escolher ser eliminado de uma competição para pode disputar outra.
Hoje se encerra o prazo para inscrições de jogadores vindos de fora do país. O Coritiba ao que parece não sinaliza com a possibilidade de trazer algum jogador.
Como contratar atletas que estão atuando no futebol nacional tem se tornado extremamente difícil devido às negociações astronômicas que empresários e jogadores pedem, tudo indica que o Coxa irá com o que tem para o restante da temporada.
E isso é extremamente temeroso, principalmente devido à qualidade técnica de alguns jogadores do elenco e das enormes dificuldades que o Campeonato Brasileiro apresenta.
O que se viu do Departamento de Futebol até o momento não é o que a torcida esperava quando o dirigente Anderson Barros foi contratado.
Optou-se pela dispensa de alguns jogadores, a maioria deles sem condições técnicas de fazer parte do elenco, a vinda de três atletas que não são titulares e muito menos tem servido como opção nos últimos jogos, além da troca de médicos, fisioterapeutas e fisiologistas do clube.
A última medida, aliás, parece ser aquela de “jogar para a torcida”, pois em vez de se descobrir a fonte dos problemas (gramados em más condições, equipamentos defasados, entre outros), optou-se por demitir todos de uma só vez, como se a troca pura e simples dos profissionais resolvessem todos os problemas.
Em relação aos atletas os números indicam que o Coritiba contratou 17 jogadores em 10 meses de trabalho. E de todos os atletas contratados, poucos são titulares, nenhum é unanimidade, enquanto alguns nem no clube mais estão.
O mesmo se aplica em relação a treinadores. Após a demissão de Marquinhos Santos, o Coritiba já está no terceiro técnico, sem contarmos o tempo que Tcheco foi efetivado, o que elevaria o número para quatro treinadores em 10 meses. Um número absurdamente alto, ainda mais se considerarmos o tempo em que os técnicos anteriores, Ney Franco, Marcelo Oliveira e Marquinhos Santos passaram comandando o time.
De um time que se reestruturou, venceu quatro títulos estaduais em seqüência, disputou duas finais de Copa do Brasil, para um time que ficou de fora da final do campeonato estadual, que foi eliminado pelo modesto Itagui da Copa Sulamericana, e que vem tentando escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro pelo segundo ano seguido.
Esta é a realidade do Coritiba. Algo precisa ser feito para que o clube não entre definitivamente em um abismo sem fundo.
Jogadores do Botafogo, um clube de tradição e que disputa a primeira divisão, há vários meses sem receber salário. E quando o sindicato dos jogadores o ajuda, seis jogadores ficam sem receber em razão da insuficiência de dinheiro.
Funcionários e jogadores do Paraná também há vários meses sem receber salários, tendo que vir a imprensa para dar um ultimato em sua diretoria, ameaçando entrarem em greve se os débitos não forem quitados em uma semana.
Diretoria do CRAC, time goiano da terceira divisão do futebol nacional, anunciando a retirada da equipe do campeonato por não ter mais condições financeiras de disputar a competição.
Esses são apenas alguns exemplos de como anda a situação da grande maioria dos clubes de futebol do Brasil.
Poucos times atualmente como Corinthians, São Paulo, Cruzeiro, Inter e Grêmio tem mostrado condições de honrarem seus compromissos e montar times capazes de disputar todos os títulos dos campeonatos que participam.
Enquanto isso, a Confederação Brasileira de Futebol cada vez mais enriquecida com os lucros em cima da Seleção Brasileira, aquela mesma que foi goleada pela Alemanha, mas que ainda não deixa de ser um bom produto midiático.
Bom Senso FC a parte, alguns concordam, outros não, com as reivindicações dos atletas, o fato é que algo precisa ser feito com urgência, para que o futebol brasileiro não fique restrito a um pequeno número de clubes e um grande número de atletas desempregados.
Muito se discute na mídia sobre o “encontrão” do jogador Petros no árbitro que apitou a vitória contra o Santos.
Vi o vídeo umas dez vezes e ali fica claro que o jogador foi para cima do juiz de forma proposital, dando-lhe uma “lição” por ter atrapalhado a tabela com Jádson.
A punição tem que vir de forma dura, para servir de exemplo. O problema é que o jogador é do Corinthians, aí grande parte da mídia deixa de lado a atitude do jogador, para discutir se o adendo que o árbitro fez na súmula é válido ou não.
Qual seria o comportamento da mídia se o autor do “encontrão” fosse o zagueiro Luccas Claro do Coritiba ou o volante Deivid do Atlético?
Pobre futebol brasileiro!!!
E o meia-atacante Jajá Coelho, um mês após ser dispensado do Coritiba, anda desfilando o seu “etílico” futebol lá pelas bandas da Ucrânia.
De volta ao Metalist, esteve em campo na derrota para o Shaktar.
O seu comportamento na passagem pelo Coritiba mostra o grau de responsabilidade de grande parte dos jogadores de futebol brasileiro.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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